A afetividade confronta-se com a mercadoria

Resultado de imagem para afetos

Tempo veloz. Não sei o que as pessoas pensam da corrida no final de ano. O festival de compras e presentes se estende até pelas calçadas. Poucos ficam indiferentes. É preciso acionar o desejo, juntar o ânimo e celebrar o que a sociedade dominante ordena. Nada de muitas especulações, pois a figura de Jesus está em todas as partes. Ele confunde-se com Papai Noel para o delírio das crianças. Há quem esqueça que o mundo das mercadorias se atiça e afetividade tem um custo e um beneficio. É melhor um CD ou uma caixa de chocolates? Que tal uma cerveja artesanal acompanhada de pizza vegetariana? O charme vale nos pedidos e nos anseios.

Um grande teatro abre suas cortinas, pinta seus cenários. Não precisa mergulhar em esnobações. O camelô tem lembranças interessantes que superam as ousadias dos magazines sofisticados. Se  vale a quantidade talvez seja danoso para o afeto que se diz distribuir. As mercadorias são soberanas, inquietam os que buscam a grana solta para exibir seus dotes. Tudo passa e cansa. As euforias não são permanentes e as carências registram que o abandono é uma marca cruel. Mas é preciso comemorar o badalo dos sinos artificiais . Seu vizinho chegou com pacotes imensos. E você está depressivo? Esqueça, deixe a dor dentro do armário.

Os juízes do Supremos estão cheio de novidades para o próximo ano. Por que não pensar em perdoá-los? Quem sabe uma oração de fé jurídica? Com as compras acionadas, a bebida bem servida, pode ser que a política mude.Dizem que Jair desistiu de contratar motoristas e promete oferecer armas novas para família. Portanto, os ruídos silenciam e o Brasil ganha fôlego. Duvido. Vejo uma confusão grande e a transição para o pântano acelerada. Os desmantelos se acumulam e as milicias ativam sua acumulação de territórios. O cinismo se alastra e a plateia pede bis.

O deserto do afeto faz parte do mundo das mercadorias. Os risos enganam e o peso dos presentes nada contam das alegrias  profundas. O teatro não fecha  suas portas. Viverá escândalos  e cenas inesperadas. Os outros calendários não desfarão certos pessimismo. No entanto, não visite com amargura sua subjetividade. As mercadorias reinam nos espaços do capitalismo. Proteja sua intimidade e não se descuide. Jogue fora os disfarces.O importante é sentir a leveza do travesseiro. Sua embriaguez pode dispensar os cheiros das drogas ou vaidades exibicionistas. Acerte-se.

 

 

 

You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.

3 Comments »

 
  • Rivelynno Lins disse:

    …as afetividades artificialmente produzidas, o abraço, o aperto de mão, o beijo social e os dizeres de feliz natal e próspero ano novo parecem perder a força ou o sentir de quem os recebe se não forem completados com belos presentes de final de ano. O mercado e o afeto se uniram e só produzirão a felicidade se juntos forem professados. É fácil escrever e criticar tais práticas, mas como não se encantar e não desejar uma bela mercadoria envolta de uma sedutora propaganda de marketing? Um Jesus silenciado e um papai Noel gordo e promissor em evidência, é assim, somos cultura e nem sempre conseguimos ficar indiferente aos estímulos que recebemos, ganhar e poder comprar objetos é bom, mas é preciso sentir e pensar sobre aqueles que não podem e tentar humanizar os corpos e atos desumanizados e caricaturados pelo consumo exacerbado. Feliz Natal e que os sentidos desta tradição possam ser sentidos de forma mais ampla e inclusiva entre tod@s…

  • Rivelynno disse:

    …as afetividades artificialmente produzidas, o abraço, o aperto de mão, o beijo social e os dizeres de feliz natal e próspero ano novo parecem perder a força ou o sentir de quem os recebe se não forem completados com belos presentes de final de ano. O mercado e o afeto se uniram e só produzirão a felicidade se juntos forem professados. É fácil escrever e criticar tais práticas, mas como não se encantar e não desejar uma bela mercadoria envolta de uma sedutora propaganda de marketing? Um Jesus silenciado e um papai Noel gordo e promissor em evidência, é assim, somos cultura e nem sempre conseguimos ficar indiferente aos estímulos que recebemos, ganhar e poder comprar objetos é bom, mas é preciso sentir e pensar sobre aqueles que não podem e tentar humanizar os corpos e atos desumanizados e caricaturados pelo consumo exacerbado. Feliz Natal e que os sentidos desta tradição possam ser sentidos de forma mais ampla e inclusiva entre tod@s…

  • Caro amigo

    Diante de tanto impasses e máscaras temos que seguir buscando espaços para respirar. É o que resta para que o afeto não morra. Boas nergias para todos nós.
    abraços
    antonio

 

Deixe uma resposta

XHTML: You can use these tags: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>