A maratona desgasta e tira a arte do futebol
Segue o campeonato pernambucano. Elogios para a presença do público, entusiasmado e mostrando suas paixões pelo futebol. No entanto, é preciso muito líquido para aguentar a sequência de jogos. O intervalo é mímino e o calor ameaça o fôlego. Os times, que se anteciparam na preparação, levam vantagem. Correm os dois tempos, com mais disposição. Acho um despróposito a forma de disputa e as polêmicas já receberam bravas intervenções de Carlos Alberto Oliveira. A imprensa não se cansa de colocar o assunto, em pauta, e os atletas reclamam de maneira discreta. O medo de perder o emprego assume o lugar da insatisfação ?
O Santa Cruz mostra-se bem articulado. Sua torcida renasce. Vitórias consecutivas abalam a apatia e provocam otimismo. Não há razão, sempre, para superestimar, pois os jogos são cheios de ingratidões. Vamos ter cuidado. O tricolor olha as coisas com muita superação. A meta é sair da série D. O esporte possui muitos caminhos e está entranhado na construção da cultura. Mesmo as pesquisas históricas, mais remotas, encontram sinais de práticas esportivas. Vencer ou perder são mandamentos da vida. Por que associá-los, apenas, aos aspectos da economia, como descobertas do capitalismo?
Bola para frente. O Porto e Central também salientam seus desejos de afirmar condições de chegar perto do título. É claro que o campeonato é longo, muitas mudanças vão pintar, porém as fantasias de êxito movimentam as pessoas. Se vem a frustração… O mundo não se acaba num instante. Quem parte leva saudade e tantas lembranças que termina ficando pedaços das suas andanças pelo cosmo. O ânimo merece respeito. Focar sempre no futuro traz energias de azares e pouco alento para dobrar as esquinas barulhentas.
O Sport e o Náutico vacilam. Faltam pernas, como dizem os comentaristas. Muitas contratações impedem a confirmação de certas escolhas. É preciso aprimorar o ritmo das batidas do coração e esperar. A luta para quebrar o orgulho do Timbu atiça o Leão. A Ilha do Retiro sonha em ser o cenário do hexa. A festa se arquiteta na imaginação. Pensar, antes, motiva. Não se pode conceber o esporte, sem essas idas e vindas. Um campeão eterno não caberia no dinamismo da cultura. A monotonia eliminaria o encanto de vibrar.
O que falta é um craque que defina sua missão de artista. Os chutões são comuns e os gramados péssimos. Isso depõe contra os organizadores. O esptáculo necessita de mais atrativos, pois o lucro é o objetivo central. Tudo construído, na pressa, remove a paciência e rompe estratégias. Dizem que não há tempo para treinos e a conversa salva a situação, com trocas de experiências e análises sobre os adversários.
Na última rodada, o Sport saiu-se mellhor com uma vitória sobre o Ypiranga. Nada de exibições exuberantes, porém determinação nas jogadas. É o jeito, a maratona limita a criatividade. O Timbu continua tropeçando e empatou com a Cabense. A sede de resolver problemas administrativas a prejudica a energia da diversão. Sentimos que o futebol se afasta de seus malabarismos. Esta enfeitiçado pelo reino de mercadoria. O lucro é tudo.
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