A série B em questão: as ameaças e as tensões constantes

Mitificar a elite, esconde e minimiza dificuldades. O futebol está em toda parte. As disputas se acirram, quando as classificações ameaçam o rebaixamento. Cair para série C é um desastre incomensurável. Vejam o caso do tricolor do Arruda. Enfrenta batalhas contínuas. Os outros clubes de Pernambuco ficam de olho, com medo que a epidemia se alastre.

O  impressionante é a trilha do Náutico. Como se cultiva a instabilidade no timbu! Dispara no início, faz partidas elogiadas. Dá a impressão de que o sucesso está garantido. De repente, se desmantela. O descrédito desmonta as esperanças anteriores. A perplexidade altera vaidades e humores.

Ocorrem contusões em jogadores importantes. Contratações são desanimadoras. Intrigas internas transparecerem e as estratégias de Gallo não superam as decepções contínuas. Fala-se na vinda de outro treinador, como se fosse a saída indiscutível. Surgem  boatos de dispensas.  Nem toda torcida não suporta explicações. Quer resultados. Agita-se.

A questão dos salários repercute.  As versões são muitas, para problemas permanentes. O timbu ressuscita adversários que estavam em situação precária. Seus artilheiros se machucam com facilidade.  O ataque frágil sobrecarrega a defesa. Mais ainda: as expulsões, os cartões amarelos, o desencontro de informações. Uma tempestade se anuncia em pleno final de inverno.

O campeonato não está terminando. Mas pode se formar uma energia negativa que precisa ser expurgda. O Figueirense está aí segurando a posição de líder. Perdia de 2×0, não esmoreceu e consolidou um empate. A Ponte abriu espaço para a vitória. Avança, depois de um início desanimador. O Duque de Caxias ensaia uma reação. Não se intimidou com o São Caetano. Conquistou mais uma vitória.

A reação desses times é uma ameça, para os que  se sentem em desarrumação. A Portuguesa vacila, lembra o Náutico,  em alguns momentos. Tem desencontrado-se na hora do pique decisivo.  O Coritiba mantém sua subida. Sacudiu três gols no ICASA. Está em segundo lugar, na frente da Ponte e do Bahia.

O Sport busca modificar-se. Geninho trouxe boa vontade. Sua experiência é valiosa. Venceu o América de Minas por 1×0. Não estabeleceu, ainda, uma trilha tranquila, como prometeu. No sábado, Sport empatou, depois de estar ganhando de 2×0. Acumulou mais uma frustração. As impaciências se somam.

Essas oscilações tiram a confiança. Os clubes pensam no imediato. Aprisionam-se nas promessas de empresários. Desprezam os jogadores feitos em casa. Não se tocam, com o exemplo do Santos. Preferem arriscar, trazendo desconhecidos ou desmotivados. Todos sonham em se agregar, magicamente, à famosa elite. Não é tão maravilhosa assim. Possuem suas contradições, pouco efêmeras.

Nada de um trabalho mais profundo, pacientemente tecido. Os times de sucesso de Pernambuco foram feitos com valores da base.Quem não se recorda do hexa do Náutico ou do penta do Santa?  No momento, Ciro tem posição de destaque na artilharia. Os exemplos são muitos, porém o mundo do pragmantismo contamina e corrói. Os dirigentes atropelam-se numa bola que nunca será de cristal. Resta, para eles, o consolo de usar manobras, fortalecendo o clientelismo.

You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.

Deixe uma resposta

XHTML: You can use these tags: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>