A violência onipotente e o jogo das notícias

 

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A insistência dói. Escrever sobre um cotidiano pintado pela violência me deixa triste. Não há como silenciar. As notícias se balançam, tocam no corpo, desencantam. Aqueles ideais iluministas vivem dias contados. Não dá para acreditar que o equilíbrio tomará um lugar especial na sociedade. Usam-se armas com uma estupidez desmedida. Não sei quais são os sinais que vingam do presente e acenam para outra atmosfera. Observo mortes e dificuldades de reinventar o mundo. As ruínas são avassaladoras. Celebrar o progresso é uma hipocrisia suja. Há buscas e não deixo de lado a rebeldia. Participo de muitos eventos, registros, alegrias, porém há também discursos fechados e traiçoeiros.

Não jogo fora as ambiguidades das história. Fico perplexo com as  danças das máscaras, os negócios ofensivos. Não vou consagrar a plenitude. Não sou ingênuo. As faltas compõem a vida e temos limites. O inesperado acompanha a história, mas há quem aposte no absoluto. Isso me choca. Tantos assassinatos, um machismo cheio de crueldades,governos negligentes, exilados ocupando lugares miseráveis. Porém,  a cena é modificado por discursos de esperanças vazias. Existem os que acreditam em messias, em quem ensaia planos maravilhosos e correm para sustentar aplausos. A cantiga do dólar é asfixiante.

Se somos animais sociais e anulamos a solidariedade, caímos em buracos profundos. A fantasia não é um mal em si. Tenho atenção e cuidado. Não nego que as fabricações de tipos negam a espontaneidade. O sorriso enche as propagandas de felicidades e os rostos dos políticos de promessas. Será que tudo é suportável? Será que não há um grito parado no ar? Portanto, desconfio das modas. Quando a crítica se fragiliza e se busca o sucesso em cima dos ombros dos outros, algo está podre. Não adianta apenas olhar de longe e caminhar no sentido contrário. Por isso que as violências retornam para além de qualquer expectativa.

As tragédias gregas são importantes, para analisar a complexidade. A história não é um trem disparado. Ela tem horizontes, desastres, esconderijos. Quem conhece o drama de Édipo aprende com os acasos da vida. Ficar no limite do pecado original completa as artimanhas das religiões. O mundo não é lugar da paz. Não tem sido, embora teorias exaltem generosidades. Há gente com fome, bombas sofisticados, projetos egocêntricos. Penso que a imaginação se espreme entre os artifícios tecnológicos. O cansaço ajuda, muitas vezes, a inquietar. Não renego as leituras do mundo que identificam símbolos. Calar o incômodo é uma violência diante de tantos desencontros.

 

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