As magias do capitalismo e o futebol: a fama distrai e subtrai

A fama. Nada mais sedutor para quem vive numa sociedade cheia de vitrines. Não pensem, apenas, nas vitrines da lojas. Elas estão em toda parte. Até mesmo no seu quarto de dormir. Elas expõem seus desejos e seus compromissos com individualismo consumista.

É difícil conviver num mundo tão massificado, mas, contraditoriamente, moradia da solidão e do tédio. Quem aparece se encanta com a possibilidade de ser único. Sente-se um conquistador, sem aprofundar a razão das suas ações, segue desfilando nos noticiários, sorrindo nas entrevistas, fazendo charme nas fotografias.

Depois do crescimento do cinema, sobretudo o do norte-americano, a corte aos artista se expandiu. Basta um filme mais badalado, para a mídia cair em cima. O sucesso não dura, porém, muito para alguns. Vem associado à grana, ao direito de sair do anonimato.

A TV trouxe mais aquecimento para os famosos. Sua rapidez na informação transforma acontecimentos banais. Surgem figuras, antes acanhadas, exibindo sua imagem nos programas mais cotados. No domingo, há exemplos singulares que comunicadores, como Faustão e Sílvio Santos, promovem exaustivamente.

Todos ficam extáticos diante de tanta fantasia. Ter seu rosto fotografado, filmado, projetados em cartazes, é um delírio. A fascinação mora no desejo de ser conhecido, nem que seja por 15 minutos. Não faltam candidatos, sobram ambições.

O futebol não poderia fugir dessa corrida à fama e ao deslumbramento. Está inserido no mercado capitalista e sofre assédio constante da impressa, na procura de novidades e de astros.Recentemente, os meninos da Vila tiveram um momento especial. Parecia a redenção do futebol que apresenta arte e malabarismo diante do pragmatismo vitorioso.

Um desses meninos, chama-se Neymar. Talento indiscutível, se move no campo com alegria. Surpreendente nos dribles. Foi exaltado. Formou-se um fã-clube que o perseguia em cada gesto. O salvador do Santos e , talvez, da seleção brasileira. Neymar emplogou-se com a promessa de ganhar milhões e esqueceu suas astúcias de grande jogador. Passou, um tempo, meio estranho.

Volta o seu time a ocupar espaços. Neymar se redime e busca segurar a fama. Mano o convoca para seleção. Um sonho concretizado, mais alento para firmar sua caminhada. Está no foco. Por ter perdido um penalti, cobrado com muita irreverência, tornou-se alvo de muitas polêmicas.

 A fama não traz paz. Inquieta. Ela precisa de uma boa conversa, para que possa compreende melhor toda a agitação. Afinal, é um dos meninos da Vila, pouco conhece sobre as armadilhas do ardiloso capitalismo.

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