De quem é a festa? De quem é a máscara?

O carnaval está no ponto. Muita animação que se amplia na mídia. Parece que  haverá uma mudança radical. Mas o carnaval possui máscaras, esconderijos fantásticos. Fica uma ressaca imensa. A alegria se apressa ou a cachaça se vai. Dizem que tudo é permitido. Pura ilusão. Há repressões e limites, embora as portas abertas ajudem a dança das aventuras. Festa bonita, de cores,de desejo. No entanto, a propaganda invade sua estética. É a festa das grandes arrecadações de impostos, de fazer amizades políticas, de buscar paixões arrepiantes. Quem pode negar sua força que enebriar deuses. Nessa época, tudo se mistura. Apocalipse instântaneo?

A cultura não dispensa brincadeiras. A crise não afugenta as travessuras. Mesmo depois de tragédias, a sociedade busca retomar o cotidiano. Não há como jogar fora a criatividade. O carnaval  é festa de multidões. Há quebras de tradições , de valores e muito delírio. Mas isso também ocorre no cotidiano. O mundo se revira e reinventa, apesar das massificações e da vontade de recordar o passado. Quem pode se livrar das  nostalgias? O carnaval que brincava era outro. Mais leve, menos violento, mais familiar. Hoje, o pique é atômico e minha energia não consegue acompanhá-lo. Um movimento que me deixa sem fôlego e prefiro descansar.

Assim, é a cultura. A possibilidade de vivê-la está envolvida com escolhas frequentes. O caos vai e volta, porém as pessoas buscam não perder o ânimo. Nunca se viu tantas incertezas juntas e cinismos soltos degradando a ética. Fico perplexo com a agilidade dos juízes para afirmar sentenças. Tudo passa pelo Supremo, com imensa arrogância e sede de está na mídia. Muita correnteza leva tudo. A sociedade perde a confiança, mas o sorriso nos lábios de Temer não se queima. Montou um grupo cheio de pecados. Há muitas espertezas. Talvez, a grande festa seja dele e dos companheiros de políticas obscuras. O acaso mora perto das assombrações e fantasmas gostam de sustos embriagado.

O carnaval passa rápido, desarma alegrias. O que fazer? Não  se finalizam os  divertimentos, depressões, desenganos, golpes. Não penso que a complexidade se extinguirá. Cair no conto do juízo final é ingenuidade. Fantasias de anjos e de demônios estão firmes com sua latinha de cerveja. Imagino como o Rio de Janeiro evitará as violências. O comércio de drogas se agiganta. As dúvidas sacodem desejos e há quem fuja para dentro de si. Quando a música dá um arrepio. Os limites se contorcem. Sobe-se ladeira, leva-se empurrão, esquece-se da dívida. Somos seres levados pelo inesperado. A vida tem feitiço. A festa  chama, sem prometer que a agonia se acabará. As máscara estão prontas, não precisa fabricá-las.

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