Entradas e saídas, portas e voos (para Braz Marinho)
Roberto Ploeg: Braz Marinho óleo sobre tela 120×80 2010
A porta de entrada é estreita do tamanho das asas de um beija-flor,
não se entra com certezas, nem desenhando geometrias planas.
A porta de saída é larga, dialoga com o inesperado e o exílio.
Pois é, camarada, a vida tem medidas indefinidas e desabençoadas,
mas possui manto de cores infinitas e supreendentes.
A saudade nunca se vai, é solidária como os traços da tua arte.
Somos todo seres vestidos de carências que cegam e adormecem.
O tempo da despedida não se acaba repentinamente,
ele fica no voo do curvo trapézio anônimo
que nos trouxe a lágrima e o desejo de não escapar
do útimo abraço e eternizar o perfume dos sonhos.
You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.
Meu tão querido Antônio:
A morte de Braz é para mim o retorno ao universo dos medos e incertezas que me rondavam quando tinha 17 anos e que havia desaparecido desde o meu encontro com meu amor. Ironicamente, foi em um retorno da BR 232 que ocorreu o acidente que vitimou meu companheiro. Quinze anos se passaram e a menina indefesa renasceu com força. O choque da notícia triste é tão grande quanto o reencontro com aquela menina insegura, desconfiada,imatura. O tempo da despedida não se acaba repentinamente, eu sei, quicá se acabará… Mas o momento de reflexão e balanço me mostram que a solidão não é uma opção para mim, pois tenho os amigos por perto, me acolhendo, me puxando pela mão, me deixando de pé. Não há como agradecer a todos e a você principalmente pelo apoio e pelo carinho. Seu poema sintetizou brilhantemente meus sentimentos.
Karem
É mesmo um labirinto, mas vamos viver, o tempo traz outras coisas. Sei que a dor não tem nome…
bjs
antonio paulo