Escândalos fugidios

Não compartilho os vestígios dos amores fugidios,

o espaço da dor nunca deve ser cortejado e animado.

Recriar a vida não é silenciar o ruído e a queixa do que se foi,

cada tempo sobe escadas assombradas se livrando dos sustos.

Acendo a luz que não faz desparecer as sombras da passado,

sou testemunho dos pássaros que gritam por liberdade.

O voo da melancolia é o escândalo visitante da morte,

calar-se é jogar fora o último encanto do corpo decaído,

não seguir é ter medo dos abismos arrumados pela fantasia.

Há um esquecimento turbulento que engana a memória e

um lágrima pulando no trapézio do rosto desbotado.

Sei que os deuses fecharam as janelas e dormiram o sono final,

basta o pesadelo para confirmar o perdão sempre negado.

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