Há uma teoria da história ?

Contamos os dias. Temos calendários diferentes. As culturas mudam nossos prazeres ou mudam os desejos? E os enigmas que aparecem e nos surpreendem? Perguntas não faltam. Viver é fazer perguntas e nunca deixaremos de arquitetá-las. Mas tudo está envolvido por um tempo ou uma concepção de tempo. As culturas conversam com o tempo. Não seria pouco se restringir a um tempo único, espalhado pelas histórias? Como já afirmei inventamos calendários. Ora estamos ouvindo os acordes da música de Chico, ora estamos lendo o último livro de Mia Couto. As emoções acompanham os momentos, ditam ritmos.

Se achamos que há uma eternidade, um juízo, anjos e demônios, deuses e deusas, as história apresentam certas formas, podem ganhar geometrias de destinos sagrados. Estamos determinados a servir ou existe uma necessidade de buscar autonomia? Mais perguntas e respostas múltiplas, compondo o quadro complexo da modernidade, da pós-modernidade ou da hiper-modernidade. Teorias não faltam. As reflexões inundam as academias junto com saberes. Será que Baudrillard se parece com Nietzsche? Há proximidades entre Freud e Adorno? Guimarães Rosa é contador sublime de história?  Os mitos nos perturbam ou nos fascinam?

Lendo, escutando ou olhando as tantas obras humanas as perplexidades surgem de todos os lados. E os perfumes, a sensibilidade, o desprezo, os amores, as saudades? Quantas linguagens criamos para compreender nossas travessias! Nem por isso, fechamos os caminhos povoados de dúvida. As experiências se sucedem ou se misturam? Guardamos o silêncio ou preferimos os ruídos? O que seríamos sem a música de Piazzolla ou os livros de Paul Auster? As perguntas se casam com as conversas e as simpatias. As  aventuras das histórias escrevem memória heterogêneas? Os estranhamentos indicam diversidade.

A felicidade é um equilíbrio instável? Ou ela corteja alguns e joga no lixo outros? Não pisamos em linhas retas. Sabemos, sem certezas absolutas, que os conhecimentos nos ajudam a suavizar impactos. Não há, porém, garantias que a existência de calendários, o fluir dos tempos nos tragam confortos. As inquietudes e os conflitos ferem mentes e corpos. Isso não impede que surjam teorias religiosas, profanas, desconexas. Estamos sempre acreditando em alguma coisa. Nosso circo possui trapézios e as acrobacias encantam, sem negar o tamanho do medo e do riso não calculado.

É tanta coisa no mundo, tantos universos que se estendem por infinitudes! As história prosseguem. Pensamos a vastidão, contudo não nos livramos das dúvidas. Rascunhamos interpretações. Não ousaríamos ficar soltos, sem nenhuma corda, sem nenhum absurdo. As permissões e os pertencimentos viajam pelos tempo. Diante dos textos e das profecias resta definir que o fim aponta para o limite. Somos astuciosas, mas talvez exista alguém que pouco se toque com as nossas perguntas.O limite e a ordem estão na história com os quebra-cabeças e os sentimentos vadios. A teoria é companheira do ponto de interrogação.

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