Quem precisa de um herói no Brasil fabricado?

 

O Brasil sonha com infernos e paraísos. Um governo cheio de atribulações onde parece que todos tomaram uma dose excessiva de Viagra nos visita cotidianamente. Há desrespeitos contínuos. Temer  abraça a impopularidade. Sente-se uma pessoa incomum. Sempre me pergunto a quem ele serve. Não penso que tenha autonomia. As inúmeras delações podem ser ficções, porém demonstram dissonâncias e vazios. Vivemos um arranjo de máfias especiais e empresas que adoram liberar propinas. Um desafio para Maquiavel ressuscitar suas reflexões e FHC construir suas meditações incríveis. Tempo assustador, inseguro e longe de previsões…

Nem tudo termina com os ministros do STF, figuras que traçam desenhos cheios de curvas. Observe as opiniões de Gilmar Mendes e seus desafetos de Curitiba. Quem pode subestimar a psicopatia de alguns ou a vaidade de outros? Renan marca sua presença desde os tempos de Collor. Fez política com Lula e Dilma. Não sai da cena. Lamenta-se das injustiças, mostra que é astucioso e ameaça destroçar o Senado. Não faltam artistas para um drama tão trágico, repleto de atos violentos, armado de granas volumosas. E Sérgio Cabral e sua dama de ouro, o mais fino representante de jóias da política carioca? Há empresas que devem a previdência. Quem discute?

Mas nem tudo é lugar de frustração. Há quem não viva sem ídolos. Levantam-se grupos justiceiros ou dúbios. Não há culpados ou inocentes de forma absoluta. Querem um novo Capitão América com sede de vingança e amizades comprometidas. Moro aparece com distinção. Comanda um operação com higiene jurídica ímpar. Ganha imagens nos jornais, faz tremer afetos e carências. Acusa sem temer. Derruba leis, intimida, constrói um fã-clube. Nada contra incendiar a corrupção, mas fundar idolatrias é sempre perigoso.  Moro se encontra em choque com as decisões do Supremo ou estamos encenando uma comédia?

Se há grande protetores da nação, existem pecadores. O fogo está aceso. Tudo vem do PT, Lula recebe energia negativa da imprensa e de intelectuais que se dizem impolutos. O ressentimento é amplo. Há quem se sinta traído e crie argumentos sensacionais. Um espetáculo com movimentos imensos. Não se trata de fazer do PT um exemplo de governo. As dúvidas não se foram, os descuidos existem, as manipulações massacram. A questão é a ideia de justiça, são os perfumes de fascismo alimentados com cinismo. O Brasil envolve-se com desacertos históricos. Desconhece solidariedades amplas, faz um jogo que solta o pó da vergonha.

No meio do caos, é difícil se eleger o deus da honestidade. Por que Cunha tramou sem ser perseguido e hoje está na cadeia? Não estamos vivendo uma crise superficial. O dualismo não convence. Todos estão encurralados. Como Aécio se livrará das acusações? O que representa Rodrigo Maia? Os caminhos estão escuros, as luzes desaparecem. Não considero Moro um herói. No mínimo cumpre suas funções, contudo se estiver envolvido com os descompassos? Por que a necessidade de amparo? É a mídia que seduz? Observe que a história não está definida. Suspeite. Estamos necessitando de um fio de Ariane. A grana é quem comanda tudo?

 

 

You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.

Deixe uma resposta

XHTML: You can use these tags: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>