Neymar: a vaidade no meio do caminho

 

Sou torcedor do Santa Cruz. Sempre curti futebol. Jogava peladas na ruas calçadas e nas praias. Era bastante irregular, mas tinha muita garra. Divertia-me, fazia amigos, cansava o corpo e liberava o ânimo. Até 22 anos, comparecia aos estádios. Era um alívio, para se livrar das tensões. Mesmo que Santa perdesse, não deixava de viver o momento com entusiasmo. Gritava, vi Pelé e seu malabarismo, multidões soltas sem agressividade. Hoje, continuo assistindo aos espetáculos pela televisão. Tive um blog sobre futebol e reconheço que muita coisa mudou. O futebol não está isento das andanças sociais. Globalizou-se. É território dominado por máfias internacionais. Informe-se sobre o futebol inglês.  O buraco corta as travessias e celebra os negócios.

A vitória do Brasil contra a Alemanha provocou polêmicas. As controvérsias estão acesas. A raiva, o preconceito, a frustração se espalham. Portanto, surgem as dúvidas e as inimizades se radicalizam. As redes sociais são cenários de euforias e desavenças. Sobram exaltações e melancolias. O governo Temer mexe com a insatisfação e arrasta outras formas de protesto. Ele não é nada simpático e esconde-se. Não sei como sobrevive. Morre de medo de levar vaias, faz acordos com pessoas nada recomendáveis. Obedece ao calendário de decisões estranhas. se olha no espelho do golpe. Nunca seria escalado para seleção brasileira. A política se ocupa das mentiras com astúcia e sem vergonha

Neymar desponta como grande ídolo, porém possui seus adversários. Milita no time das arrogâncias, deslumbra-se com a grana e não percebe as ilusões. Pensa que o sucesso não se vai, que o mistificação está guardada com segurança. Não sabe o que é pedagogia, zomba, desconhece limites. Como esperar, então, que seja um defensor da democracia? Sei que tem arte no seu jogo. Lembra craques do passado. Toca sua sinfonia solitário. Veste-se de vaidade e  estimula antipatias. Muita gente torceu contra o Brasil indignada com as declarações de Neymar. Faz parte da sua tonta programação, dos excessos nada sadios. A sociedade é também tomada por desacertos e cinismos. Observe o orgulho de quem se considera um mestre inigualável?

Não tenho expectativas que ele se torne um anjo, no entanto torci pelo Brasil. As inquietações invadem as sociabilidades. O capitalismo não se distrai. Ele não poderia se ausentar daquilo que seduz a maioria. Não esqueço que nas universidades , nas escolas, nos tribunais há pessoas arrogantes. Fico assustado com certos comportamentos de figuras que centralizam poder e se mostram como grandes senhores do saber. Vou esperar que Neymar seja guerrilheiro? Não custa olhar para os lados, analisar os ambientes, observar como os caminhos são traçados. Descarregar a emoção, cultivar perplexidades vazias não ressuscitarão os desejos de mudanças. A dificuldade é distinguir as ambiguidades e desconfiar dos julgamentos.

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1 Comment »

 
  • pedro américo de farias disse:

    Bom comentário, Antônio Paulo, chamando para a consciência política e a compreensão dos fenômenos sociais sob a égide dessa leitura “com ciência”.

    Penso, sem a pretensão da verdade, que Neymar é (hoje), igual a muitos ídolos da sua geração, sujeito-objeto de uma malha mafiosa de negócios, envolvendo mídias e ‘traficantes’ de passes de jogadores. Isso me faz lembrar a história de um Frank Sinatra sob a proteção da Máfia, em tempos, só aparentemente, ultrapassados da história. Desconfio que a faixa na cabeça com o “100% Jesus” não é uma manifestação espontânea da sua ignorância política.

    Passo!

 

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