A literatura: o amor estica o mundo e canta as sereias

 

 

Há muitos excessos no mundo. Os gregos debatiam sobre o equilíbrio. Nada de exageros, a saída é buscar harmonias. Mas na vida tudo concorre para surpresas. Geometrias fixas não existem nem que Platão as idealize. É difícil definir a história, Lamentar as dores, brincar com o inesperado, sacudir as esperanças. Há muito o que fazer. Não é sem razão que os anjos e demônios passam pelo mundo. Podem ser fantasias. Seria importante perguntar sobre a existência da realidade? Lembro-me dos trapezistas dos circos. Deixavam-me perplexo. Assim é o mundo. Não tem tamanho, parece infinito, estranha as estrelas mortas e os ventos frios.

Não dá para negar as invenções. Procuramos caminhos. Existem também abismos. Há quem se salve dos perigos e consiga firmar o encantamento. Não sei o que não é esquisito. As riquezas materiais montam invejas. Porém, os afetos atraem, ajudam a sorrir. Ulisses sentia  que a cultura era complexa. Matou, desejou, construiu. No século XXI, vivemos cercados de amarguras e genocídios incríveis. Figuras medonhas povoam as cidades, se escondem nas esquinas. Na praças, os adolescentes se esquecem das regras. Espalham fumaças e fofocas. O cheiro forte se alia aos latidos dos cachorros. A praça se torna um lugar de fugas e de trocas escondidas.

Compreender é complexo. Expulsam-se perversidades, contudo a humanidade não se cansa de fabricar armas. O desmantelo é grande, pois as incertezas gostam de perturbar o sossego. Quem ama se encontra no paraíso? Será que o amor é um consolo? Já leram Valter Hugo Mãe? Ele desenha a vida com cores que desnorteiam. É a literatura esticando as possibilidade de reverter as angústias. Ela é um perfume dos deuses. Quem é testemunha da perfeição? Tudo anda solto, mas a teimosia puxa a coragem e conta as aventuras de felicidade. As palavras vestem desacertos e acenam com descobertas.

As metáforas são arquiteturas eternas. Não abandone o sertão de Guimarães, nem estrague as ruas de Macondo. Quem imagina está longe de se prender  à mesquinhez. A minha sensibilidade toca em todas as história se eu não ultrapasso os limites de uma desconfiança eterna. Costurar os dramas não é uma saída. Melhor é a navegação que seja ocupada por sereias. A nudez exige que um manto branco a proteja da violência. Não faltam distrações, nem ordem para desfazer as ruínas. Os saberes arrancam verdades. Não costumam, todavia, acabar com os excessos. Confundi-os. Estamos em busca de levitações que, infelizmente, explodem nos ares poluídos. Que fazer? A chuva namora sol que abandonou as estrelas.

 

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