O desmanche no jogo tocou no inexplicável?
No jogo, tudo pode acontecer. Era o que sempre ouvia desde os tempos que me apaixonei pelo futebol. Mas não me canso de acrescentar perplexidades na minha coleção de torcedor. É muita frustração que corre solta. Busca-se racionalizar, criar teorias, esticar a paciência. Há muito deslumbramento que apaga reflexões e terminamos nos enfeitiçando com as vitrines. Nem tudo dá certo, as apatias também aparecem, perdemos a possibilidade de viver as alegrias, pois estamos amarrados nas artimanhas inesperadas do jogo.
A seleção brasileira trouxe uma tragédia para o Mineirão. Uma tragédia mal ensaiada, sem qualquer arte, seria melhor afirmar que houve um desmoronar contínuo. Os minutos passando e a Alemanha construindo sua vitória com se desfilasse, sem medo, sem gastar muita força. Acho até que não foi tomada pelo exagero, procurou ser paciente, pois a definição chegou cedo. A seleção brasileira se desmanchava, como se não tivesse um coração batendo e não conhecesse o ritmo do futebol, tão festejado no seu território.
Todos sabemos que a sociedade do espetáculo cultiva espaços e se espalha provocando desconfianças. Mas a derrota foi acima de qualquer explicação. Havia uma trilha que estava sendo seguida com certa precariedade. Neymar sofreu uma contusão, na partida contra a Colômbia, num lance agressivo. Causou ansiedade e profecia. Porém, nem tudo dizia que a seleção não tinha oportunidades. Ninguém aguardava tanto desencontro. Foi uma desaprendizagem coletiva que impediu qualquer sinal de celebração. O inédito tem seu dia, para decepção geral.
Restam tristezas, mesmo que se apontem falhas, teimosias de Scolari, vaidades dos senhores da bola. A Copa se realizou traduzindo muitas polêmicas, misturou-se com expectativas eleitorais, fermentou críticas aos gastos desgovernados. No entanto, não houve o desastre que se esperava. Boas partidas, estádio cheios, emoções múltiplas. Ninguém contava que a seleção amargasse uma derrota de tamanho infinito que parece não caber na sua história. Não há como descrevê-la, sem lamentações.
O espaço se abre para que opiniões flutuem, raivas se concretizem, conversas aliviem o amargo do acontecido. Um sonho que não se firmou. Todos estão reativando seus fantasmas, seus ressentimentos, retomando fôlego. Há muita fantasia e sedução no que vivemos. Também me disseram que a vida continua e há mistérios que impedem que ela seja transparente. Mas os sentimentos estão presentes. Não há como retirá-los da existência, nem negar as cartografias dos labirintos que nos acompanham.
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Pois é professor, esse foi um momento bem triste na história da seleção brasileira, uma derrota amarga que deixará uma profunda decepção, dificil vai ser esquecer esse momento de colapso. É buscar reflexões para o futebol brasileiro, o momento se mostra conturbado. Vida que segue.
muito bom…..
Anuska
Grato
abs
antonio
Diágenes
Falhou o emocional, faltou mais coragem para seguir adiante. Vamos ver se aprendemos.
abs
antonio