O fascismo não desiste
Não fique parado na história. Mussolini existiu,mas já se foi. Hitler foi um sedutor, mesmo com toda vontade de poder. Muitos desfilaram com um autorismo feroz. Não esqueça de Salazar, Franco, Pinochet. No mundo cabem figuras sombrias. A sujeira não desaparece e as utopias , apenas, assanham os sonhos. Há quem confunda capitalismo com democracia, sinta saudade de Stalin e recuse qualquer leitura dos ensaios de Rosa Luxemburgo. A morte de Deus, decretada por Nietzsche, trouxe incômodos, porém restam valores medíocres e religiões que se misturam com a de troca de propinas indignas..
Leia os poemas de Rimbaud e sinta as ambiguidades andarilhas da modernidade. A rebeldia possui muitas formas. O homem se revolta, culpa os outros amigos, chora por falta de coragem. A história segue e discute mudanças. As permanências se seguram. Na construção do imaginário social, o novo e o velho se entrelaçam. A modernidade não acabou o sagrado. Os negócios invadem todos os territórios. A busca por liberdade continua, atiça ideias. Caem certos preconceitos. Estamos muito distantes de qualquer paraíso. Não diga amém, pois o labirinto não fecha a porta e anuncia que os anjos estão presos com tornozeleiras, por ordens de tribunais confusos.
Se a intolerância se mantém, os espaços para a vingança são grandes. Nega-se que haja disputas sociais. Mas há olhares insuportáveis, em lugares que se tornam propriedades privadas.Observe como os privilegiados renegam os mais pobres na sala do aeroporto. Todos se animam com a possibilidade de balançar um cartão de crédito. Isso acontece no Brasil, criou barreiras políticas sinistras. O buraco é pantanoso e as hierarquias traçam perigos. Há algo estranho como o vírus que gera ódio e interpretações estranhas da justiça. Talvez, um circo de horrores manipulados.
Não espere que os oásis se firmem nos desertos. A atmosfera chama desmantelos. O fascismo resiste, vestiu-se com roupas diferentes. Sempre gostou do capitalismo. Não deseja igualdade, sente falta da violência. Hannah Arendt escreveu belos ensaios sobre o totalitarismo. A grana necessita de se reproduzir, encontra dificuldade repentina, recorre aos dramas e mentiras costumeiras. Há os debochados, os militantes mercenários, os convictos de que o fascismo limpará a sociedade. A multiplicidade não abandona a história, Estimula-se um debate interessante, mas que pode ser traiçoeiro. Não triture as reflexões. O cuidado vale e o cinismo é chocante.
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