O feitiço da Libertadores e a virada do Internacional
Na Libertadores, há feitiço que atormenta os clubes brasileiros. Quem conhece bem essa história é o São Paulo. Não deixou de ganhar seus títulos, mas todo ano se prepara de maneira especial para ser campeão. Contrata craques famosos, reformula o elenco, movimenta sua torcida e não consegue seguir adiante, como projetava.
Sua moradia cavilosa foi a semifinal. Dessa vez, perdeu a vaga para o Internacional. O pior é que, às vezes, cai fora por detalhes. Fica a crise, as lamentações são imensas e aposta na disputa do Brasileirão. O tricolor do Morumbi precisa refazer seus planos, não permanecer tão focado numa só competição.
A Copa Libertadores começou em 1960. Hoje, tem o patrocínio milionário do Banco Santander. O vencedor é contemplado com prêmio que compensa os investimentos. Além disso, valoriza-se e vai em busca do título do Mundial. Quem levou a última Copa foi o Estudiantes, numa disputa em que o Cruzeiro aparecia como favorito.
A final de 2010 traz o duelo entre o Internacional e o Chivas Guadalajara. Esperava-se que a Universidad do Chile estivesse na ponta, mas surpresas são comuns, nesses confrontos, e uma parte da crônica esportiva falhou nos prognósticos. Estamos, sempre, esquecendo que o futebol é jogo.
O Internacional já foi campeão uma vez. Esquematizou-se para rever o título e tem um time articulado, com opções para fazer sucesso e alargar sua fama. Pretende terminar o ano consagrado, aumentar seu número de sócios e dá exemplo de ser, praticamente, uma empresa. Não sacode dinheiro fora à toa.
Os argentinos se dão bem na Libertadores. O Independientes possui, por exemplo, sete conquistas. Aparecem e incomodam os clubes brasileiros. Nesse ano, houve quarenta participantes. Os portenhos não despontaram. Quem se firmou foi o México. Com o interesse das grandes empresas, a Libertadores tornou-se valiosa e ambicionada.
A primeira partida é emoção pura, porque define certas expectativas. Quem a vence, garante conforto, às vezes, efêmero, para a segunda. O Internacional foi brilhante. Não se intimidou. Repetiu um futebol que prestigia o ataque, mas terminou perdendo a fase inicial por 1×0.
Não desanimou. Seu time era muito superior ao Chivas. A vitória, merecida, aconteceu. Com tentos de Giuliano e Bolívar, a virada dos gaúchos mostrou que tinha bons valores e técnica para assegurar a sua superioridade. O título está próximo. O importante é evitar hesitações e não achar que tudo se resolveu. O Chivas é perigoso.
As atuações da seleção, na terça-feira, e do Internacional, ontem, são bons sinais. Fica evidente que se pode ganhar com excelência nos passes e malabarismos inteligentes. Nada da truculência e da falta de criatividade, como saída para alcançar os títulos. A beleza tem feitiço maior, seduz até os adversários e o gol é o caminho da redenção.
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