O império capitalista da bola se desmorona?
A notícia andou por toda parte. Ricardo Teixeira deixou seu secular cargo na CBF. Cansou ou evaporous-se sua força política? Seguia os caminhos sinuosos de João Havelange que chegou a ser presidente da Fifa. Um reino com muitos ornamentos e negociatas galopantes. Saiu meio atravessado. Sabia que não dava para prosseguir. Havia pressão de todos os cantos. As antipatias multiplicavam-se velozmente. Suas relações de comando estavam tontas não resistiam às acusações de corrupções acumuladas. Nem no Congresso Nacional transitava tranquilo. Antes conversava com Lula, esboçava sorrisos. Com a chegada de Dilma, a tensão cresceu, as dissidências se firmaram. Ricardo abalou-se com os sinais de ruína.
O futebol não se distancia das combinações capitalista. Possui lugar especial na sociedade do espetáculo. Substitui a religião, em alguns momentos, pois elege deuses e fanatismos. Mas o importante são os negócios. As camisas dos clubes parecem placas de anúncio, Vendem, ofertam, exaltam produtos da moda. A estética dançou, o fluxo das astúcias corporativas dominou. A marca da grana é permanente. Ricardo Teixeira ampliou os alicerces dos investimentos, pouco ligando para a transparência. O limite deixou de existir na mínima ação. Durante anos, comportou-se como um inatingível. Dono de riquezas e territórios, como um nobre fabricado para ganhar medalhas.
Não estava isolado. Tinha suas reclamações, fazia-se de vítima, porém se colocava como um conquistador. Aliciava os mais fracos, não suportava ameaça de questionamentos. Promovia-se com garantias que concentrava núcleos que agilizavam o império. Sonhou com o auge: a Copa de 2014. Armou estratégias, prometeu renovar a seleção. Mas seus projetos foram perdendo repercussão. As ambições terminaram fermentando desconfianças. Seus críticos se organizaram, a festa perdeu seus espelhos. O cinismo não pode voar solto, sem obstáculos por muito tempo. Há disputas, invejas. Há quem deseje mudanças e proteja a ética. Nem tudo significa desmantelo e corrupção.
A famosa e adorada seleção não convence. Segue uma trilha de insucesso sob o comando de Mano. Vacila, não tem alma, distribui apatias e estrelismos. Os jogadores entram na onda da propaganda. Envolvem-se com a fama, esquecem a arte e o malabarismo. Desiludem as torcidas, se articulam com bajuladores. Quase ninguém se recorda das empolgações. A seleção perdeu o carisma. Um desperdício de talentos, todos comprometidos com as tramas mais obscuras do futebol. Todos é um exagero, mas a grande maioria. Então, a falta de esperança contamina e coloca dúvidas na vitória de 2014.
Ricardo se foi. E os seus vestígios, seus amigos, seus sucessores, seus planos? Desmoronaram? O futebol está cercado por interesses que estão além das armadilhas preparadas pelo ex-presidente da CBF. Ele não é o único demônio que desmanchou o paraíso. O jogo não findou. As prorrogações existem como também a capacidade de manipular as regras e inventar manobras. Os bastidores fervem e as informações se desencontram. Muitos buscam consolidar prestígios e manter o mundo das mercadorias. A chave do cofre é valiosa. O fôlego não desapareceu, nem a atmosfera está limpa, para que as multidões possam viver emoções, sem fantasmas.
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Esperar o quê de um dos sócios mais ilustres do clube mais imundo e imoral do planeta? O Clube de Falcatruas Flamengo.
Eca…
Jonas
É um caos total. abs
antonio