O mercado e o jogo: as trocas festejam urgências
O mercado é uma instituição social fundante. Adão e Eva já faziam negociações para garantir a unidade do paraíso. De nada adiantaram, pois o fascínio da maçã foi mais forte e o discurso da serpente barrou todas as argumentações. Então, vem o pecado original e as condenações eternas. Muita culpa, desconcertos e regras para segurar os desejos. O que muda é o ritmo. Continuam as trocas materiais e simbólicas, dando fôlego ao capitalismo.
Poderia esperar-se outros comportamentos no mundo da bola? Insisto e não me canso de afirmar que, nas culturas, as relações se entrelaçam. Tudo se toca num abraço, às vezes, invisível. No futebol, busca-se garantias para que haja bons espetáculos. O trânsito dos negócios criam urgências. Surgem estrelas valorizadas e outras se perdem no sucesso. Nem todos se preparam para dimensão da velocidade, nem se conformam com a grana que aparece e se desvia.
Os benifícios do mercado não são universais, nem tampouco namoram com a democracia. Há uma minoria que acumula com esperteza e inteligência. Está tudo muito profissionalizado. Montam-se escritórios. Os craques, em evidência, possuem suas assessorias. Não dizem nada, sem um conselho ou a possibilidade de colher vantagens. Mas os políticos são diferentes ? É claro que há exceções. O embarque, na nave dos grandes acordos, transforma rebeldias e acomoda desejos. De repente, alguém cai e outro sobe. E no vaivém das artes, nos esquemas das tvs, dos cinemas, das bolsas de valores?
O Brasileiro segue seu ritmo. Não escolhe solidão. O Luxemburgo saiu do Atlético. Seus inimigos cantavam seu velório.Calma. Uma crise no Flamengo acorda fantasmas. Talvez Silas seja demitido e Luxa encontre outro emprego. Por enquanto, muitos boatos, porém o mercado está atento, mesmo que Zico se aborreça. Existem continuidades. Joel permanece no Botafogo e Muricy, no Fluminense. Toninho Cecílio já andou por muitos caminhos.
Por aqui, Gallo deixa o Náutico numa morte anunciada. Muitas derrotas, poucas esperanças e elenco que não impressiona ninguém. Quantos jogadores já foram contratados pelo Timbu ? Quanto voltaram para os seus lugares? O Sport acertou depois de Geninho, gastando um dinheiro significativo com dispensas e vindas de promessa futebolísticas. O Ceará deu cartão vermelho para Estevam Soares e Mário Sérgio, depois de ter sido abandonado por PCGusmão.
O campeonato não terminou, portanto as trocas não se interromperam. Ninguém quer ser desprezado pela torcida e os empresários dominam parte do movimento do clubes. É preciso analisar o futebol, não esquecendo o lugar em que se situa. Ele está sintonizado com o mundo do imediato. O futebol é uma vitrine. As camisas representam valores comerciais. As tradições vacilam, diante da fúria dos patrocinadores.
Celso Roth conseguiu paz, com a vitória do Internacional na Libertadores. Isso indica certa paciência dos dirigentes. Se vencer a série A será quase deificado. Quarta, o Palmeiras fez um 1×0 no time gaúcho, para que Scolari suspirasse com mais soltura. Ninguém é inocente no tempo do descartável. Os técnicos e jogadores conhecem a força da instabilidade. Fazem suas denúncias. O paraíso partiu, porém, para outro universo.
You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.