Ocupe e desocupe: o coletivo e a cidade

As jogadas do poder são imensas e conseguem se articular com uma rede de lucros quase invisível. Entra a política, os acordos, os escândalos. Quem são os culpados? O capitalismo pode viver sem a desigualdade? A crítica não pode silenciar. a minoria controla, vende, se espalha pelo mundo. Não existe, porém, um mundo que tenha travessias homogêneas. A história é território de surpresas, derruba mesmices, exige luta. Portanto, a vida corre e não se deve calar. O definitivo não existe. Há gritos parados no ar que disparam e assustam os que se consideram donos do mundo. Existem donos de lamas brilhantes que assassinam com cinismo rios e populações. Nem se olham nos espelhos.

O tempo passa. As resistências se renovam, a complexidade nunca se esgota. O caso do Estelita merece muitas reflexões. A sede da especulação imobiliária simula paraísos. Entusiasma, causa sonhos, engana, contudo não deixa de ter seus defensores. É preciso se debater, pensar o coletivo, não transformar a cidade num conjunto de concreto armado. Se o capitalismo cria suas espertezas, conta, muitas vezes, com auxílio do poder público, há também outras armadilhas, outros incômodos. A sociedade não consagra, apenas, a acumulação de riqueza. Ela se contrapõe, se irrita.

A controvérsia continuará, sem dúvida. Nem tudo está acabado, Como a diversidade é grande, os argumentos surgirão e as leis serão lembradas no ritmo de cada um. A cidade é moradia dos homens, Deveria ser lugar de encontros, de afetos, de sossegos, porém é lugar de embates. A história constrói dissonância. Balança-se. Nietzsche tinha razão que mostrava que os valores necessitam de renovação. Esperar que tudo acomode solidariedades é um sonho. Não esqueça de mover o presente, de olhar o outro, de esticar a desejo de mudanças. A grana traz ambições e inibe, retrai, mas o absoluto também é  um farsa.

As notícias não cessarão, as opiniões servirão de manchetes. É importante que que os contratempos circulem e que as minorias observem melhor seus planejamentos. Não há descanso, nem certeza celebradas como armas de ferro. Temos as escolhas, as incompletudes, os mitos, as divindades, a éticas e tantas coisas… Talvez, um dia a sentença final seja dada. No entanto, o cuidado é importante, a cidade é estética e não só cimento e secura. Não perca o belo em nome de simulacros e espetáculos cínico. Ocupe-se e desconfie. Nem todas as regras se consumarão e a imaginação é fundamental. As respostas não se calam, pois a sociedade se anima quando ganha fôlego.

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