Os diálogos do tempo: o imprevisível

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Todos buscam dominar as correrias do tempo. É uma ousadia. Ele, também, vive lentidões, brinca com a inquietude. Há minutos quase intransponíveis. O tempo traz um fluxo de imaginação incrível, A sua marca está presente nos corpos, nos objetos, na natureza. Contam-se os dias. os segundos, os séculos. Mas as dúvidas continuam. A história não pode dispensar o calendário. Ele existe nas culturas com significados múltiplos. O antigo e o moderno se entrelaçam nas discussões teóricas. São símbolos inesgotáveis de um imaginário sem limites.

O imprevisível não se vai. Há momentos em que o barco não afunda, nem se estraga. Ficamos olhando as ondas do mar, as tempestades que anunciam. Não há como traçar uma linha reta, uma profecia. Os deuses lutavam para aprisionar o tempo. A eternidade se veste de inúmeras fantasias. Está nos mitos gregos, na onipotência do deus cristão. As tecnologias desafiam e prometem vencer o desafio da morte. É uma conversa que sacode os grandes laboratórios científicos, desfaz verdades, cria expectativas.

E a subjetividade devastada pelas ansiedades? O tempo das emoções, do medo, dos desamores não pode ter a medida das conquistas econômicas e da produção de mercadorias. Portanto, a mistura nos provoca. Não é só uma polêmicas de números e fórmulas. Tudo muda repentinamente. As surpresas invadem instantes que parecia definidos. É um equívoco se falar num tempo homogêneo. Ele quebra e se quebra, destrói e procura não se esquivar das ruínas. A memória não o joga fora, depende das suas aventuras.

No livro Cem anos de solidão, Gabriel descreveu situações de tempos mágicos. Observe como cada um traçava seus encontros, compreendia suas dores, não conseguia ultrapassa seus limites. Na agitação contemporânea, o tempo dialoga com os ruídos urbanos. Eles se ligam em velocidades antes incomuns. Olhamos o passado, revemos o possível, mas o incômodo do acaso não é uma fantasia. O tempo fragmentado desenha uma multidão de acontecimentos que nos deixa perdidos. As singularidades dos tempos pertencem a um espanto sem nome.

 

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