Os objetos dialogam com a vida

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Inventamos muita coisa. A luta para cobrir a lacuna é imensa. A cultura é movimento. Vai e volta, gosta de desafios. Ocorrem violências, mas também  seduções que encantam, mudanças que mostram inteligências e ousadias. Não há como fechar previsões. Os objetos nos cercam, convivem com nossa aflições, tornam-se companheiros do cotidiano. Criam-se relações afetivas. O carro ajuda a diminuir distâncias, o celular é lugar de conversas, as bicicletas promovem passeios da moda. No entanto, as armas preparam emboscadas, as bombas favorecem genocídios, a grana puxa corrupções. A complexidade  fabrica perguntas e o fim é apenas o começo.

A vida segue, tenho que sentir o impulso dos outros, discordar, amar, envergonhar-se. Os sentimentos desenham inquietos personagens e pouco sabemos das profecias dos deuses. No entanto, a solidão traz questões. As multidões andam em busca de sucesso, querem esquecer as amarguras, trabalham juntando projetos. Nem sempre há alguém para estender a mão e temos que dialogar com estranhos. Forjamos intimidades com quartos, travesseiros, televisões, ruas desertas. O mundo é vasto. Ler suas perplexidade é sinal de esperteza e de ânimo. A cultura avisa que as tecnologias pedem espaços para se formar a aldeia global.

Para além das afetividades corporais, imaginamos situações. Abrimos janelas fechadas, sacudimos fora velharias, apostamos em futuros. Não é fácil. Leia Paul Auster. Ele descreve os acasos, as transformações inesperadas, o poder os objetos. Portanto, a autonomia não é insuspeitável. Convivemos com dúvidas, somos parceiros de sortes, construímos pontes onde existem abismos. O computador nos fornece conhecimentos e fofocas. As redes abalam amizades, antes, perfeitas. Como, porém, deixar de lado a capacidade de inventar e sumir dos problemas mais urgentes? Como ser estrangeiro para aliviar a monotonia?

Não consagremos as solidões, nem desprezemos os objetos. A história nos lembra de passados, lendas, mitos. É impossível decifrar tudo que nos cerca. As luzes acedem e se apagam. É melhor se desfazer de certezas seculares para não montar decepções. Não compare. O barco de madeira não é submarinos atômico. O chapéu de palha não é um capacete de astronauta. Os palácios estão minguando e a arquitetura desempenha funções utilitárias. Não se surpreenda. Tudo representa alguma coisa, os simbolismo nos atiçam e a história nos chama. Concorde ou balance o não. O circo e o pão dormem para curar ressacas recentes.

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1 Comment »

 
  • Rivelynno disse:

    Acredito que entender que o fim é o começo, as dúvidas são infinitas e as certezas se foram é de uma urgência imprescindível nos dias de hoje. Contudo o avançado, o moderno também convive com o arcaico, o tradicional e nem sempre a convivência é pacífica, as vezes, ela é imposta pela desigualdade econômica, as vezes, ela é mantida pelo entendimento que o antigo não foi superado pelo novo. Nesse mundo de produção de coisas e objetos, a educação deixa de ser importante, o consumo passa a ser a prioridade e a felicidade está centrada no ter, e assim, surgem novos sentimentos, valores e apegos que “desenham inquietos personagens” que emergem na cultura do efêmero, do passageiro e do descartável e nem sempre é possível encontrar a felicidade, a paz e satisfação interior tão necessárias para o crescimento humano…

 

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