Os resultados e as emoções: a bola confunde e alivia
O futebol movimenta-se, como uma roda de um carro de fórmula 1. Muita velocidade para sincronizar tantos acontecimentos. O que mais atrai são os resultados dos campeonatos. A continuidade das vitórias deixa satisfação nas torcidas. Os mais otimistas já visualizam o título e consagram ídolos. Tudo pode ser, porém, desfeito, em semanas. Essa é uma das magias do jogo. Testa nossa capacidade de suportar certas adversidades e aquece as inquietudes.
Os admiradores do Timbu devem estar furiosos. Mais uma derrota, em casa, num fracasso colossal. O time não se articula. Não se vê mudanças substanciais que anunciem uma virada. Há certo consenso que o Náutico não soube contratar. Já o Sport segue sua reabilitação. Ganhou fora e se aproxima do bloco avançado. Se conquistar mais seis pontos dará uma passo fundamental, rumo à série A. Geninho sorri. Gallo garante seu cargo?
Fluminense está tropeçando. O paraíso não se arruma como antes. Brigas internas são anunciadas. Intrigas entre jogadores ameaça o emocional. Muricy tem que usar sua força de comando, para não despencar por causa de transtornos inesperados. O mesmo ocorre com o Corinthians, no momento do centenário. O Brasileirão é instável. Traz descontroles para os inexperientes ou os convencidos de seu poder de invenção.
O Flamengo vacila, com um elenco sem os talentos do ano passado. Lá se foram Adriano, Love e Bruno. O vazio não se preencheu. Salvou-se, em 2009, num ambiente de muitas fofocas, mas não se encontra em 2010. Talvez, esteja plantando para o futuro. Sua torcida numerosa intranquiliza-se, mas Zico se mostra comprometido. Não quer administrar, com a pressão dos escândalos na imprensa. O brilho do pragmatismo desvairado é escorregadio.
O São Paulo é outro cercado de mistérios. Preparou-se para ser campeão das Libertadores e sofre, agora, para firmar-se na série A. O Internacional deixou o Tricolor na fila de espera, com problemas variados e soluções, às vezes, traumáticas.Não temos mais equipes arrasadoras e estáveis. Veja o caso do Ceará. Começou dando sufoco em clubes favoritos. Hoje, vive dificuldades. O técnico Mário Sérgio não soube contorná-las. Ontem, respirou, com uma vitória, aliviando a tensão. O Vitória da Bahia convive, também, com desgovernos.
O Santos não é mesmo do começo do ano. A ausência da articulação tão envolvente, de antes, desmantela as suas atuações. É o futebol com suas andanças inesperadas: o Botafogo fazendo a festa, o Palmeiras sem deslanchar na nova era Scolari e o Grêmio lutando para não cair. O Cruzeiro consegue equilibrar-se, sem deslumbrar, construindo vitórias apertadas.
Quem adivinharia tantas desaventuras? O coração termina os campeonatos cheio de remendos. Tricolores frustrados, flameguistas irados, santistas saudosos… Lidar com emoções é sempre um desafio, mas ensina a sentir a vida, na sua diversidade, e saber comprendê-la nos seus ritmos afetivos. A agitação dos tempos não permite respostas claras. Há, sempre, dúvidas e incertezas.
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Pós é.O futebol e a vida são tão parecidos que se confundem em nossos sentimentos;não sou torcedora,mas,possuo a inevitável dadiva de viver.
Claudinha
Na vida tudo se parece. Basta ter olhos cuidadosos para se perceber como as coisas se tocam. Gosto de ver a sua sensibilidae.
abs
antonio paulo