O futebol e a fórmula 1: o esporte sob pressão
No mundo atual, a mulitplicidade é visível. As transformações, ocorridas nas últimas décadas, tiveram uma velocidade marcante. As chamadas revoluções tecnológicas tumultuam o cotidiano. Cada invenção traz o surgimento de novos hábitos, novos alfabetos, novos consumos.
O esporte não foge dessas mudanças. Se antes tudo dependia da habilidade humana, hoje as máquinas assumem lugar de destaque. Muita gente delicia-se com as performances técnicas e as magias da ciência. Não se fixa mais nos antes charmosos esportes tradicionais.
A fórmula 1 tem um lugar especial na pós-modernidade. Suas corridas são disputadas com automóveis movidos por sofisticações que, sempre, se renovam. Há um público grande que não perde suas competições.É um esporte que atinge mais uma torcida mais abastada, mas suas transmissões atraem todos.
Nesse sentido, os méritos democráticos das televisões devem ser salientados. Nem tudo está perdido. A velocidade comanda o espetáculo. O risco de acidente valoriza a ousadia. Valem o cuidado e a atenção, porém a aventura é majestosa. Esquentar os motores acede a vontade de seguir adiante e cria condições para afirmar façanhas admiráveis.
Os esportes dizem muito do tempo, dos mitos humanos, dos seu sonhos. Antes, o destaque era o atletismo, o esforço individual, a preparação física exemplar. Mantêm-se o desejo de vitória e a responsabilidade com o corpo, porém a velocidade exerce um fascínio singular.
Mesmo no futebol, há outra forma de pensar o jogo. A cadência, os dribles, os passes mais artísticos foram , muitas vezes, substituídos pela necessidade de fazer a bola andar, com uma pressa sufocante. A preparação física rigorosa toma conta da formação dos elencos.
A beleza tomou outro destino. O gol não tem o gosto das tabelinhas de antigamente. Agora, é bola na área, pique nos contra-ataques e defesas bem fechadas. As pessoas parecem máquinas. Uma confusão se configura nas identidades.
Há polêmicas sobre o melhor caminho. Há os que negam que a fórmula 1 seja um esporte. Compara-se velocidade à pressa e alguns antipatizam com os requintes técnicos. Os argumentos se tornam complexos, com tons filosóficos. A ordem e transgressão, construindo os saberes e as armadilhas do tempo.
O importante é observar a incompletude do humano. O novo assusta, mas também redefine alternativas.A escolha é um sinal de que o equilíbrio pode acompanhar a vida. A multiplicidade é uma conquista. A harmonia do barco com o oceano compõe a sinfonia de cada ato. Não consagremos um mundo de um único ritmo.