Pink Floyd e cia. : leituras da contracultura

 

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A dissonância compõe a história. Não está só.  Há toques de harmonias, sonhos aventureiros, apostas nos santos e mestres do futuro. Definir a história supera a imaginação. Não custa, porém, especular. Estamos no meio do tempo. Queremos superações, cogitamos eternidades, somos arquitetos de mundos. Inventamos a cultura. Ela possui suas ordens. Não há culturas sem leis. Não esqueçamos, no entanto, das rebeldias. A linha se quebra, a curva se faz, os labirintos se criam, as ruas se poetizam.

A década de 1960 trouxe inquietudes. Falou-se muito na contracultura. Conceito escorregadio, pois nunca houve uma homogeneidade. O conformismo absoluto não existe. Os anos 1960 abalaram os costumes, exigiram a queda das burocracias e desejaram mudanças na política. Paz e amor, rock e drogas, experiências inusitadas encheram os caminhos, se espalharam pela aldeia global. Seria possível reencantar o mundo e derrubar as tradições nefastas?

A música acompanhou os traçados do novo. Os Beatles tornaram-se ídolos, venderam discos e espetáculos. Não deixaram parar nas escadas do mercado. Provocaram, lançaram ideias, protestos. Tudo fervia, Woodstock causou susto nos conservadores. Um olhar mais ambicioso para que a sociedade buscasse memórias e ampliasse sua dimensão estética dança pelas cidades. Não omitam Marcuse, Castoriadis, Morin. Era proibido ficar preso aos conservadores do consumo. Jovem ameaçavam hierarquias, respiravam ares de otimismo, ocupavam solidões.

Pink Floyd surgiu nessa atmosfera de muita fluidez. Chegaram com um som que transitava pela imaginação, pela luz, pela fantasia. Acenderam a criação. A contracultura andava atraindo, mostrando saídas. Os encontros eram visíveis celebrações de uma possível sociedade longe da mesmice. Mas as reações foram grandes. A rebeldia fez eco, ainda abala reflexões consagradas. Tudo ganhou uma rapidez imensa. A antiga ordem agiu, a repressão aumentou, os gritos de revoltas diminuíram.  Hoje, há uma ligação no sucesso, no encher as contas bancárias, nos sorriso cínicos.

O desmanche do mundo da tecnocracia não aconteceu. Houve trânsitos diferentes, mas a grana estava ansiosa para manter sua consolidação. Nem por isso, a história cessou de sonhar. Quem não se queda diante dos sons do Pink? Quem não lé Marcuse, que não se lembra de Janis Joplin, das manifestações cotidianas do movimento hippie, dos concertos de rock? É preciso retomar as cores, não morrer no jogo da propaganda e nas vitrines das redes socais. O narcisismo continua com seus adeptos. Promovem-se e não se interessam fugir do estabelecido. E você está quieto?

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