Quem constrói o muro da felicidade?

 

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O mundo mostra-se inquieto, mas nem sei qual é o tamanho do mundo. A complexidade se arrasta pela vida, desde que Adão conheceu Eva e resolveu desobedecer. Não há como escapar da rebeldia. Aqueles que são passivos e tolerantes também possuem suas crises. Nada está quieto ou escondido para sempre. Temos muitos desejos e uma incomensurável incompletude. Portanto, não faltam tormentas e os caminhos ficam curvos, o medo assombra, a respiração é fundamental.

A felicidade ronda a vida É um espelho, muitas vezes, embriagado. Como a eternidade é um mito, não custa deixar que os sonhos avancem e nos abracem. No entanto, a construção da felicidade é a utopia maior. Pisamos em planícies, sentimos brisas agradáveis, mas nos atordoamos com os limites. Não há como se afastar dos limites. É claro que aparecem descansos, planejamos saídas. Os romances contam histórias que nunca se acabam. Não podemos desprezar as ficções.

A felicidade brinca com a infinitude. Ela não existe, é apenas uma imagem que  lembra uma música de Piazzolla, quando viajamos nas fantasias. Tudo possui uma fragilidade. A vida não permite uma só cor, nem gosta de linhas. Flutua, escapa de pântanos, conhece mares estranhos. O espaço da fragmentação não se ausenta. Reagimos, inventamos, contudo os escorregões acontecem. O ponto final fica na escrita. Um território dos desertos é também simbólico e estreito.

O ser humano casou-se com o mistério. Sacudiu a imaginação, criou deuses. Será que a cultura conseguirá ultrapassar as perguntas dos mistérios? Não sei. Sinto, logo existo. Vejo permanências e desmantelos. Aquelas reflexões da Maquiavel não me seduzem. Elas estão nos governos dominantes. É um sinal de que o abismo não se foi, que a ameça do temor é estratégia de quem assume o poder. Se a felicidade encantasse o mundo, não teríamos tantos genocídios! O mundo se enche de predadores. A cumplicidade se perde, pois a competição traz a nudez da crueldade.

Um dia, talvez, a certeza desenhe seu lugar e evite que as dúvidas sufoquem o cotidiano. Não temos destino, porém, histórias. Há quem se cerque de teoremas profundos e reforcem o drama. Quem busca explicar, se angustia com a rota das causas e consequências. Napoleão desejou a Europa; Hitler propagou a esquizofrenia; Trump se enxerga no espelho de Narciso; Temer se diverte com suas feições de Drácula. Não espere o outro carnaval. O mundo é aquilo que o incomoda.

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