Seguem os tempos, seguem as dúvidas, seguimos tontos
Depois das festas grandiosas, o mundo se enche da expectativa. Vivemos cercados de regras, de trabalhos, mas a história exige movimento. Tudo, na sociedade da tecnologia, não quer apatia, brinca, finge, disfarça. A ciência sofre amarguras. O capitalismo não perde espaço. Sinto que as utopias adoecem rapidamente e a violência dá respostas que nos intimidam. A troca de mercadorias cria desconfianças. As festas animam.porém não conseguem acabar com os vestígios que tanto nos enganam. Muita máscara atrapalha, muito pó desenha figuras estranhas.
É um jogo. Não sei se alcançaremos o mistério desse jogo. Pesquisamos o passado, entrelaçamos acontecimentos. Gostaria de inventar verbos. Qual tal cinzar ou cinzar-se? Quais seriam seus significados? Ver o mundo sempre nublado, não descobrir os caminhos que tenham luz, conviver com uma melancolia que avança. Eu cinzo ou seja ou fujo das instabilidade, nem sei o tamanho dos sentimentos que libertam. Eu cinzo-me ou seja perco a dimensão das outras cores. Estou dentro de uma caverna medonha.
Quando escrevo que o acaso viaja com as nossas travessias, não estou estimulando fórmulas. O mundo é solto, nós estamos soltos, conhecer não resolve os impasses. Por isso, a multiplicidades nos encanta, mas também nos torna cada dia mais perplexos. As festas grandiosas funcionam com uma tentativa de limpar os males e enfrentar um cotidiano mais leve. Esquecemos a rapidez do calendário. As festas trazem o canto das mercadorias, alguém ganha, alguém foge, alguém anuncia o fim do mundo.
Sou até radical. Observo que há uma complexidade imensa. Precisamos que a alegria tenha espaço. Julgamento e condenações não podem sair de uma sociedade que acolhe limites. As mudanças históricas produzem outras teorias. A problemática inventa outro valores. Não é o fim, nem sei se ele existe. As experiências ajudam a passar o dia, a encontrar a amores, a sentar no banco da praça e contemplar passeios, conversas. Em cada canto mora alguma energia. Sem ela as sequências da vida seriam um desastre assustador e perpétuo. Quem especula não se cansa….
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