A sociedade atordoada
Há um peso que sacode as emoções. As explicações não conseguem esgotar as dúvidas O cansaço e o temor são gerais. Depois de tantos cinismos, violências, milícias, a sociedade se depara com dores fortes e abismos profundos. O tenebroso assombra, o dia se torna torturante, acompanhado por esquisitos pensamentos e ameaças de declínio da saúde. Quem conhece a curva do último infinito?
Quem acertou quem? Os telefones tocam anunciando narrativas dramáticas de amigos como soluços escondidos. Arquitetamos ideias, estimulamos previsões, trocamos o dia pela noite, pois a atmosfera não permite definir cores. É a perplexidade que assume o descontrole e os governos geram carências de incompetências antigas. O difícil é sair, recuperar a alegria, celebrar o encontro, soltar o azul..
Houve exageros, se abusou das ironias, desprezou-se o coletivo. Vestiu-se uma fantasia para minar esperanças..Tudo é massacrante, acelerado, como se um cometa pedisse uma urgente passagem. Sinto que o absurdo se espalha, mas quem o provocou? Não é ficção científica, nem jogo de tabuleiro. É um espanto forte que atordoa.
Minhas turbulências se misturam com inesperadas expectativas. Não faltam reflexões, porém a clareza não aparece. O labirinto abraça a sociedade, não permite fugas, nem canto de salvação. O acaso nos deixa aflitos, pois o tempo corre sem apontar horizontes. Há uma tristeza que aperta o coração. Nem sei como as palavras podem lavar a poeira do mundo. Sofro e procuro abrir os olhos para lacrimejar e afastar os sustos e as agonias.
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Belo e profundo texto, Antonio Paulo. Vamos precisar nos proteger nesses tempos, especialmente pessoas, como você, que estão em tratamento. Se cuide e fique em contato. É importante manter os laços afetivos, mesmo virtualmente. Conte comigo
Ana
Saudade.Vida está pesada, mas vamos ser sempre solidários.
bjo
antonio