A voz e os mandamentos ( P/Ella Fitzgerald)

não meça a linha reta da eternidade,

nem alfabetize as grafias da certeza.

fale do encanto que desfaz o fôlego da razão

e desmonta o método das divindades vadias e efêmeras.

pense na agonia de Descartes sem a geometria e os números

e escute Ella cantado Manhattan.

o mundo não foi criado em sete dias

mas num instante de segundos trôpegos.

sintonize-se na voz que inventou o verbo,

seja único no absurdo da beleza do azul de Magritte.

não desenhe o descartável

nem descanse em leitos estreitos e comuns.

deseje as margens e as intimidades do profano.

You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.

4 Comments »

 
  • Canto da Boca disse:

    Para a música, muitas vozes. Para o divino: Ella! Recriamos um (o) mundo cada vez que a escutamos cantar!

    Que beleza, Antonio Paulo, que beleza, como sempre!

  • carlos batista disse:

    …o humano pode sim explodir em tanta beleza!
    encantar! encantar! encantar!
    obrigado mestre!
    – vossa sensibilidade também nos encanta a todos!

  • Valda

    As palavras nos ajudam a dialogar com o mundo.
    abs
    antonio

  • Carlos

    Faz parte da vida com as palavras. Elas nos animam.
    abs
    antonio

 

Deixe uma resposta

XHTML: You can use these tags: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>