As disputas e os poderes: qual o caminho e o assombro?

A  situação da sociedade mostra que a confusão é generalizada. A falta de maiores definições sociais, a corrupção sem limites, o conflitos constantes entre as crenças assinalam que se abre um mercado cada mais amplo que traz desconfiança. Há uma aposta permanente. Prevalece a lógica da mercadoria. A minoria monopoliza e riqueza aponta que a desigualdade é a porta da violência. Não adianta elogiar os feitos científicos quando a exploração também ganha espaço globalizado e a mistura das armas se entrelaça com a balança das drogas de todo tipo.

A modernidade é um projeto histórico que se consolidou fragmentando. Nada de liberdade ou apenas migalhas de liberdades, num mundo onde o desejo de dominação afasta as pessoas e justifica o desamparo. Não é um exagero observar  a dificuldade de firmar escolhas que desfaçam o jogo frio dos interesses. O crescimento dos sistemas de comunicação não aproximou as culturas como se previa. Até as religiões entram no mercado. lançam anúncios de salvação, produzem programas de Tv bíblicos. A fé talvez tenha outro conteúdo, junte-se aos disfarces do pós-moderno.Por onde anda a transcendência? A arte imita a vida ou copia o passado? O conhecimento aprofunda o utilitarismo ou assombra a coragem de quem esperava a redenção dos corpos.

O utilitarismo concentra mais ainda a acumulação. A sociabilidade muda para reforçar o egocentrismo. Não dá para pensar um capitalismo exaltando a generosidade. Não dá para pregar a humildade sentado em trono de ouro ou negociando as orações. Ficamos cegos com tantas luzes, mas nem chegamos perto dos nossos segredos mais valiosos. A palavra profissionalizar ganhou significados. Quem se joga na política quer recompensa individual, quer minar os sonhos de democracia e sacudir, de vez, as utopias no lixo.O mundo cheio de gente, de ideias, de armadilhas parece não se esticar para desfazer suas ambiguidades. O importante é flexibilizar a lei. Apesar das diferenças a perda nos torna testemunhos da fundação de abismos.

Não se trata de pessimismo. A ingenuidade quase não respira. A mais-valia lembra sempre as advertências de Marx. Muitas estão soltas, visualizando materialização de cada coisa, as trocas  apressadas, as epidemias ambiciosas ou transformadas em práticas fascistas.Estamos cercados por convivências opressivas. Despreza-se o outro. A tendência é aumentar as encruzilhadas e  olhar para o valor de uso dos sentimento. Sempre se pergunta se o peso das mercadorias não é amargo, como o medo do apocalipse. Quem edifica verdades como vitrines que apenas brilham? É o caminho da história?

 

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