Na corrida das decisões, as notícias lembram o caos

Numa população espalhada, por um vasto mundo, tudo pode acontecer. O espaço da surpresa diminui, pois a diversidade de comportamentos é uma constante. O que chocava, antes, se torna banal e amedronta. A violência é uma ameaça sufocante. Não tem hora para descanso. Há assaltos, pedofilias, atropelamentos, fomes, troca de tiros, assassinatos estranhos. Fica difícil selecionar um fato e eleger um escândalo supremo. A imprensa pesquisa, sem muito sucesso, manchetes fantásticas e assustadoras.

No futebol, as decisões tomam contam do Brasileirão. A coisa está embolada, de uma forma especial. Quem vai ganhar? Na série A, Cruzeiro, Fluminense e Corinthians disputam pontos mínimos. Não houve uma disparada. Os jogos não oferecem espetáculo de entusiasmo. Os talentos não aparecem e as saudades do passado firmam raízes. Afirmam que é ocraque do certame é o argentino Conca. E os brasileiros preferem migrar? Não há revelações? Todas as artes residem na Europa?

A desclassificação é outro desafio. Goiás e Atlético Mineiro se balançam. Perderam suas tradições? Nada definido, o desastre pode ser grande. O drama não menor na série B. O Ipatinga perdeu novamente, depois de uma trajetória mais leve. O Náutico vive no meio de fofocas diárias. Dispensou jogadores, atualizou os salários e aposta numa reviravolta. Já o América de Natal anda lá atrás, com esperanças, porém orando sempre para se salvar do abismo. Encarar uma série C não é tarefa confortável.

Outras conversas animam o mundo esportivo. A meninas do vôlei conseguem aumentar suas chances. Querem mais um feito internacional? Nem tudo são perfumes sedutores. Luxemburgo sofre com mais um torpedo demolidor. Não é uma novidade. Dessa vez, a força da notícia teve mais impacto. Escancarou-se sua vocação para o jogo de baralho. É um vício, atormentador. Sua carreira de sucessos se desmancha. Apela para que a passagem pelo Flamengo não desfaça seu passado, de vez. Muita grana envolve as damas e os reis do carteado.

É interessante a famosa escada da fama. Ninguém aprende a lição que traz o fracasso? Somos educados para vencer, não importanto os riscos morais e as dependências físicas?  O caso Bruno não se esgota. Quem o via idolatrado pelos rubro-negros da Gávea, fica perplexo. Nunca o inferno esteve tão vizinho ao paraíso. A decifração dos mistérios não avança. Existem muitas acusações mal explicadas. Bruno mostra descontrole e agressividade. Os advogados criam versões e a polícia não fecha suas especulações.

Gira o mundo, com dizem alguns. Obama não vive bons momentos políticos,  Serra foi reclamar de Lula no exterior, Abílio Diniz  elogia o planejamento do governo, Roberto Carlos será tema de uma escola de samba carioca. Preguiça de encarar as contradições. As palavras penetram nas cavernas das loucuras universais. Compreender, mesmo que não seja para sempre, nos aproxima dos outros. Sucumbir aos extremos da desconfiança é  profetizar a elegia do caos. Sem o triscar as respostas, viramos esfinges de pedras, suspensos e alheios. Como no quadro provocador de Shimakuro.

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