Não apague as nostalgias

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Ninguém consegue apagar os sonhos.Eles adoecem, denunciam fraqueza, mas a sociedade não pode ser escrava do lugar comum. O tumulto está globalizado, pois a luta é imensa para manutenção dos valores solidários. A soberania do cinismo faz ameaças constantes. No entanto, há buracos, abismos, pântanos. O invulnerável tem seus ataques e se desmonta. Por detrás de arrogâncias, existem manobras corruptas que tentam iludir e produzir ingenuidades. Lamenta-se que a modernidade das utopias, do século XIX, se fragmente. Não há esquecimento absolutos, nem mitos destinados a uma fim eterno. O vaivém da história nos ajuda a esclarecer incompletudes e imaginários sociais coletivos.

Nem sei se os segredos conseguem se perpetuar. A visita do inesperado traz transtornos para quem se julgava senhor de imensos territórios. A complexidade atual permite especulações. As escolhas mostram que os valores se balançam, são construídos, portanto cedem diante de vulcões e tempestades. Nota-se que as espionagens se renovaram, as denúncias podem sacudir poeiras antigas. A massificação não consolidou a mesmice. As brechas abrem espaços para retomar possibilidades e enfrentar espertezas disfarçadas.  1968 sobrevive.

Se a igualdade é um desejo, não sejamos cerimoniosos. Não custa colocá-la na ordem do dia, sentindo que o perfume da nostalgia está solto. É claro que os paraísos são mitificados, que certos anseios apressam decisões, que certos grupos constroem saudades de etnocentrismo. A sociedade alargou suas alternativas, mas não eliminou os fantasmas. O tempo aponta para direções diversas. O passado tem suas sepulturas sempre violadas. Ele inspira saltos futuros, lembra queda de totalitarismos e guerras mal resolvidas. A imaginação cuida de assanhar as apatias, sem se desfazer de limites irremovíveis.

Quando tudo parece definido, sustos riscam paredes e espelhos entortam imagens. A história anuncia que o trapézio se mantém no circo e os malabarismos não se foram do picadeiro. Por mais que religiões criem messias, as suspeições não escondem que há pesadelos. A vida corre atrelada a relações de poder e ilusões. Ninguém sabe qual a narrativa do capítulo final. Frustrações e ressentimentos indicam que as polarizações promove confusas análises. Conheço teimosias e perversões que não sossegam. Os adivinhos se guardam em gavetas eletrônicas com medo que aprisionem suas profecias. Quais as novas embarcações dos perdidos nos golpes? Qual a carta mágica  da vez?

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