O inferno são os outros?

 

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A convivência é fundamental. Alimenta a  história, traz aprendizagens.Seria impossível haver uma solidão inatacável. A inquietude nos torna seres humanos envolvidos  por aventuras. Ficar escondido mostra que a covardia impede a invenção e o ânimo de criar as sociabilidades. Não dá para apagar os espelhos. Como deixar de olhar para os olhos dos outros? Como naufragar sem gritar por socorro e receber ajuda? A convivência não existe sem as dúvidas. Surgem as as dissonâncias, pois os conflitos e as diferenças não abandonaram a construção de cada época. Não é sem razão que existem inseguranças. Já se viu sem a embriaguez e dominado pela apatia?

As suspeições avisam que não somos seres acabados. Buscamos. Profetizamos. Desfazemos. A história não é resignação a destinos malditos. Sem o desejo de transformar, a desconfiança ganharia todos os espaços. Os outros nos ameaçam e podem nos expulsar de seus territórios. Mas a multiplicidades nos acena para as curvas, os abismos, as calmarias, os desapegos. Portanto, nomear tudo é impossível. A ambiguidade está presente, não é apenas um maniqueísmo tolo que nos sustenta. Acusamos, mostramos violências. Elas intimidam. Ficam na memória. Quem esquece dos deuses do Olimpo? As intrigas viajam, estão guardadas nas memórias.

Os outros possuem seus projetos. Por que negar as discordâncias? A cultura sofistica, transcende, porém não elimina comportamentos que habilitam invejas. Os fracassos se abraçam com as culpas e as identidades flutuam perdidas. Não é fácil arquitetar uma geometria sossegada, com visibilidade plena. Observe como Picasso desenhou, imaginou figuras, dançou com as cores e as formas. A convivência pede movimentos, apresenta pesadelos, daí os mitos, as fantasias, os infernos, os deuses enlouquecidos. Você sabe o que salvará o mundo?

Talvez, tudo seja um grande delírio. As lacunas não param de nos assombrar. Há quem desista de elaborar respostas e morram na agonia das perguntas. Temos que navegar. As idas e as vindas surpreendem. Nada está definido. O sempre é uma palavra que evita certos resgastes. O tempo é desafio. Treme, mascara-se, atiça. Os outros nos contemplam ou nos detestam? Parece estranho tantos quebra-cabeças. Lembre que as reações não são homogêneas. Imagine a sua ficção, o seu outro, seu abraço mais acolhedor. O caos e o cais formam um par eterno. Compreendê-lo é uma ousadia.

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1 Comment »

 
  • Rivelynno Lins disse:

    … não desistir, não desanimar, as respostas estão na história e nas estórias da vida, nada é para sempre, as coisas mudam, as pessoas mudam, nós mudamos. Os espelhos mostram ódios adormecidos que resolveram despertar, o momento político do agora parece que nunca foi tão sectário, tão maniqueísta, o bem e o mal, o certo e o errado, a esquerda e a direita, você ou eu. Tudo parece ser muito intenso, os sentimentos estão aflorados, todos nós acompanhamos o dia seguinte sem saber o seu desfecho. Amizades desfeitas, partidários unidos, o clima é de profunda animosidade, a sensação é de que tudo que funcionava ou que funcionava com dificuldade será destruído e o novo tem cara de velho, de ruim e de muito pior…

 

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