Os bordados do mundo, os conselhos dispersos

 

 

 Não estique o afeto que existe no encanto do acaso.

Deixe o desenho do abismo no espelho abandonado de um cinema de subúrbio.

Rasgue o retrato da última e descabida paixão desfigurada.

Rompa, então, com a memória do pecado original não resolvida.

Sinta que a vida é a linha da gramática esquecida no horizonte.

Não descanse:

Deus fez o mundo num domingo sem futebol, celebrando as astúcias perdidas e

Adão e Eva se desfizeram do desejol na esquina do paraíso e nos deixaram a culpa eterna.

 

 

 

 

 

 

 

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2 Comments »

 
  • Natália Barros disse:

    Antonio Paulo, a sua relação com as palavras é admirável. Sua precisão e condensação dos sentimentos em frases curtas é invejável. Admiro sua coragem no uso rebelde que faz da linguagem. Sua língua é solta, vadia e de costas para os cânones e amarras acadêmicos. Siga escrevendo, sempre!
    Com carinho e admiração
    Natália Barros

  • Natália

    Grato pela leitura e palavras sempre generosas que desenham nossa amizade..
    um abraço
    antonio paulo

 

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