O lugar fugidio do amanhã
A vida pede o amanhã, a soltura dos pássaros, as cegueiras momentâneas.
O amor tergiversa, a tristeza surpreende, o inesperado confunde.
Há sinais que não indicam portas fechadas, mas trilhas de descobertas.
O tempo anuncia que a contradição não tem moradia fixa e os mitos
nada invejam das divindades tardias, das referências descoloridas.
Há o lugar da fuga e a cela da permanência, há fantasias que requerem transcendências.
O circo não fechou o espetáculo do coração, nem tropeçou na certeza fabricada.
A argila desconhece a última forma, vagando no mundo como uma louca sem paraíso.
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O texto é sentido, frase a frase, Antonio, cada uma mais simbólica
e subjetiva que a outra, e tu nos convida a refleti-las, transcendendo ao lugar comum.
Aquilo que deveria ser natural, chega a ser milagre em algumas situações, a “vida pedir amanhãs”, com a amplidão dos voos e a liberdade que deveria ser “sine qua non” a todos nós… E eu penso que a nossa sanidade está tenuemente ligada às cordas que sustentam o circo em que acontecem os espetáculos do coração (ainda bem).
Extremamente pertinente, obrigada por tê-lo escrito!
Valda
Grato pelas observações sempre feitas com muita sensibilidade.
abs
antonio paulo