O lugar fugidio do amanhã

A vida pede o amanhã, a soltura dos pássaros, as cegueiras momentâneas.

O amor tergiversa, a tristeza surpreende, o inesperado confunde.

Há sinais que não indicam portas fechadas, mas trilhas de descobertas.

O tempo anuncia que a contradição não tem moradia fixa e os mitos

nada invejam das divindades tardias, das referências descoloridas.

Há o lugar da fuga e a cela da permanência, há fantasias que requerem transcendências.

O circo não fechou o espetáculo do coração, nem tropeçou na certeza fabricada.

A argila desconhece a última forma, vagando no mundo como uma louca sem paraíso.

You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.

2 Comments »

 
  • Canto da Boca disse:

    O texto é sentido, frase a frase, Antonio, cada uma mais simbólica
    e subjetiva que a outra, e tu nos convida a refleti-las, transcendendo ao lugar comum.
    Aquilo que deveria ser natural, chega a ser milagre em algumas situações, a “vida pedir amanhãs”, com a amplidão dos voos e a liberdade que deveria ser “sine qua non” a todos nós… E eu penso que a nossa sanidade está tenuemente ligada às cordas que sustentam o circo em que acontecem os espetáculos do coração (ainda bem).
    Extremamente pertinente, obrigada por tê-lo escrito!

  • Valda

    Grato pelas observações sempre feitas com muita sensibilidade.
    abs
    antonio paulo

 

Deixe uma resposta

XHTML: You can use these tags: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>