Brasil: notícias cotidianas e pessimismos

Leio, nos jornais, que os políticos debatem as reformas do governo com minúcias e ressentimentos. Não faltam queixas de verbas mínimas, das ineficiências dos ministros, da dureza de Dilma, da desmontagem do Estado. O PT se encontra numa situação  limite. A carga de denúncias é grande. As divulgações flutuam de acordo com os interesses. É ingênuo se pensar que há uma luta ética abraçada pelos congressistas. Livrar-se da corrupção seria uma conquista, no entanto as ambiguidade confundem e as dúvidas circulam ameaçando sensibilidades que se dizem inocentes. A poeira cobre as páginas dos discursos.

Observam-se lutas  por princípios conversadores. Fazem uma releitura da família , da sexualidades, das crenças religiosas, dos desejos consumistas. A volta para valores do passado é visível. Os acordos são obscuros. Brinca-se de esconde-esconde. Muitos temem  a dissolução de laços tradicionais, querem assegurar estabilidades em nome do sagrado e das divindades supremas. Difícil é compreender. Os pactos desmancham partidos, as alianças são pessoais. Nunca se destinam a arquitetar um projeto coletivo. As greves chegam com uma resposta que se estende com controvérsias entre os grupelhos.

As bases estão frágeis e mal assistidas. Cito a situação das escolas, dos postos de saúde, dos transportes quase imóveis. As manchetes dos jornais são é um desfile de pessimismos. Desanimam e sempre se pergunta até onde vai dependência econômica dos meios de comunicação. A crise existe ou há especulações que atraem o jogo das imagens? Não é absurdo pensar que o capitalismo sobreviva sem os desacertos. Não há igualdade, sem esforço para planejá-la pelos menos reformas sociais. Mas há crise que se agudizam e fortalecem tensões.Uma torcida por uma felicidade globalizada é uma ironia.

Não vejo como a sociedade pode viver sem conflitos, mas o cinismo choca.Querer o absoluto onde se espalha a incompletude é sonho sem figuras. Não dá para cruzar os braços e profetizar um juízo final que não imite as conversas das sessões do Congresso. Quem sabe e os anjos e os demônios possuam uma outra sagacidade? O mundo gira, com dizem. O tamanho do giro e sua velocidade são esquisitos. As batalhas fervem nos divertimentos e invadem corações. Muita solidão e muita máquina dificultam toques e olhares que fujam do egocentrismo. O ponto de exclamação adormeceu, desconsolado.  É preciso olhar também que houve conquistas e não ficar adormecido. O excesso de pessimismo gera inércia.

 

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