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A sociedade adoece na mira da desconfiança política

 

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Se cada um se torna um inimigo em potencial, as relações se fragilizam rapidamente. A desconfiança pode aprofundar a instabilidade e criar um mapa aberto para violência. É claro que uma harmonia absoluta não existiu. Não conte uma história atravessando uma linha reta, num território cheio de anjos e paraísos. Estamos no mundo sem ter o seu controle, mas construindo sonhos. Resistimos aos desastres e nos levantamos quando caímos. Para quê? Não sei. A ciência quer apagar as dúvidas. Uma pretensão que sofre retornos e frustrações.

Não há um início e o fim que nos tragam uma paciência consolidada. Temos um movimento que nos cerca. Ele desconstrói energias ou mesmo isola quem se infiltra na arquitetura da violência. Escrevo sobre o que acontece, há metologias que insistem em defender verdades, porém circulam ilusões que destroçam calmarias. Portanto, conte sua história, sinta seus escorregões, olhe para seus espelhos e peça ajuda a seus vizinhos. Não invente que a política só tem canalhas, nem decrete que as paixões salvam os desenganados.

Fique na sua corda bamba. As visões do medonho aparecem, as luzes tremem algumas vezes, contudo, as sombras não são as soberanas do mundo. Como lidamos com ansiedades é difícil  ampliar a cartografia do sossego. O sentimento chega sem hora de terminar. A saudade possui tempos indeterminados e a raiva pode durar dez minutos. Não se lance como profeta, nem faça aliança com aqueles que se enturmam com os fantasmas antigos. Há quem admire testemunhar o refazer de vidas estranhas, mas há quem contemple a mansidão e agite a generosidade.

Nomeie o que passa. Não fique mudo, nem perca o significado das palavras. Não deslembre. Há gramáticas individuais e coletivas. Sua fala se interioriza, porém não tema que os outros a ouça. A timidez não é segredo ou garantia de que estamos livre de males. Tudo se movimenta, o ritmo é fundamental para cadência  de cada minutos. Os tangos de Gardel estimulam nostalgias, as dores dos poemas de Vinícius sacodem amores desfeitos, o acaso dos romances de Paul Auster desenha perplexidades. Um dia, a casa não cai e a lua se casa de vez com o sol.

Política: Luzes e sombras pertencem ao mundo?

 

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Tudo ferve no país tropical. Bolsonaro continua acenando para os mais raivosos. Atinge simpatizante com discursos em favor da família e da violência. Apresenta-se como salvador. Promete o paraíso. Não me convence. Há várias maneiras de encará-lo. Possui um carisma maluco, se faz e adepto da tradição e solta o verbo. Diz o que os enrustidos gostariam de dizer. Explora o lugar comum sem cerimônias. A imprensa dança tentando enquadrá-lo. Conta com o apoio de expressivas figuras do exército e elege sua carreira como especial. Lança-se.

Seus adversários o chamam de capeta. Ele se coloca como um perseguido injustamente. Suas mãos são limpas. Quer evitar a divisão, seduz que não admira os petistas. Consegue votos, embora difame as mulheres, os gays, as negros. Não se cansa, parece imbatível, possui filhos que entram na batalha, Será o mentor de uma guerra civil? Não sei, mas aguarde. O tempo está muito nublado, as bandeiras do Brasil vestem seus amigos, ele atrai quem se julga ameaçado pelo comunismo ou fanáticos religiosos. Uma travessia que não renega acidentes.

A história se inquieta. O imprevisível desafia, é quase impossível esclarecer o que acontece. Lula preso, Moro na tocaia, Ciro cheio de teorias, Haddad ganhando fôlego, o PSDB suspirando. Muitas energias soltas, armadilhas fabricadas, milícias  empoderadas. A sociedade nunca segue um ritmo que satisfaça a todos. Somos filhos do pecado original, de uma deus que balança as emoções. As certezas são poucas, o progresso é uma enganação e a busca da solidariedade se torna uma aventura. Curtimos uma incompletude que se arrasta, mascarada por aleluias modernas.

Nada será como antes, seja qual for o resultado das urnas. As tensões não serão expulsas. Haverá alianças surpreendentes e amizades cantarão perdões. Talvez, a corrupção assuma outros princípios. A crise está colada ao capitalismo, mas existem empresas de consultoria para desmentir qualquer ameaça aos privilégios da minoria. Sempre se muda a gramática e se insiste em teses desenvolvimentistas. Há quem feche olhos e se desligue. Entrega-se a desilusão  e foge da fogo da luta. Não adianta, ela vai  buscar você em casa.

A armadura da tristeza: nada será como antes

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A vida não é uma porta aberta. Temos que fazer peripécias para conseguir enganar suas armaduras. A multiplicidade de situações exige criatividade. A cultura responde e tenta ultrapassar limites. Mas a sociedade não deixa de conviver com as frustrações. A questão não é, apenas, a finitude. O mundo é um territória que adota uma complexidade que nos atormenta. Tudo acontece velozmente. As virtualidades distanciam gerações, corta empatias, torna o próximo estranho. Não se deixa de produzir teorias. O lado da sensibilidade está duramente afetado pela lógica do capitalismo.Ela é cruel e nos enche de ambições. No fim, dormimos com pesadelos.

Marx refletiu, com arte, sobre as astúcias do valor de troca. O mercado delira, joga com abstrações, precisa de bruxas. Lembro-me das histórias infantis, do espelho da rainha perversa. Os sete anões salvaram Branca de Neve, o príncipe amou a Bela Adormecida e Lobo fez estragos em Chapeuzinho Vermelho. São histórias que possuem versões. Tudo depende de interpretar o que significa os símbolos. Quem era o escravo no Brasil do século XVII, quem eram os trabalhadores nas fábricas inglesas do século XIX? O capitalismo não se montou sem ilusões. A modernidade apresentou-se iluminada, prometeu revoluções, ensaiou democracias. Agoniza.

Hoje, olhamos os medos fazerem pactos com a solidão, os amores despedaçados pelas urgências, os esconderijos sendo ocupados pelo desespero. Existem regras, ordens, lutas, eliminações. A fragmentação do mundo gera impedimentos, porém surgem cientistas que prometem transformar o corpo humanos e vencer a morte. São tantas as questões. as sombras derrubando as luzes, que o conhecimento namora com uma dimensão lúdica. Será que não é preciso reinventar os circos, mudar os palcos das academias com saberes mais leves?

Não sou muito vidrado nas máquinas. tenho, porém, minhas admirações. Gosto de caminhar e de conversar com meus sentimentos. Sei que existe rivotril, que uma noite de sono traz sossego. Sei também também que há desencontros, que a beleza se confunde com a tristeza, que minhas angústia podem ser caluniadas pelas invejas. A cultura não se constrói sem armaduras. Cada rosto desenha uma expressão. Somos decifradores. Somos senhores de alguma coisa. Não há como se desfazer das falas, nem jogar os dados para algum lugar no lixo do acaso. A porta fechada chama para atos de coragem, mesmo que custe lágrimas. A tristeza é uma parceira, tem poesia.

O machismo se fantasia de fascismo: perturbações nada carnavalescas

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Nas eleições, soltam-se raivas e vinganças. São disputas que inquietam. Elas não definem a sociedade para sempre, mas podem atiçar desencontros e amarguras. A ansiedade cresce num mundo já repleto de tecnologias aceleradas. Portanto, é um equívoco se celebrar transparências. Tudo fica tenso, o vizinho ao lado torna-se um enigma. No Brasil, depois de corrupções amplas, as extremidades estão feridas. Ataques não faltam e as redes sociais fazem pactos com anjos e demônios. As sombras se enchem de fantasmas e de pavores. As agressões se instalam.

Muita gente desconhece como foi o passado e mostra-se denunciador do que não existiu. O fascismo virou um nome gritado pelos que se dizem amigos da democracia. A intolerância é um perigo. Nada de abraçá-la. Os que defendem a violência se colocam na vitrine d “salvação”. Rolam mentiras, o mito de Prometeu é esquecido. Por isso que o nível do debate é mesquinho. Temos uma cultura que convive com um autoritarismo secular. Não observo experiências democráticas. Vargas é chamado de pai dos podres, o homem que não dispensou a censura e o controle. A aridez, aqui, não é novidade, porém as solidariedades são escassas.

O machismo nunca se foi. Estava nos latifúndios e continua nos centros urbanos. Ele toca e seduz os imperadores do cotidiano cruel. Há quem se estime superior e funde seu lugar de forma impositiva. Não pense que os assassinatos de mulheres se dão  apenas em favelas. O temor é geral. Há crimes sofisticados. Há quem use disfarces e contrate advogados famosos. Leia o jornal ou escute os noticiários. Será que o machista é também fascista? Boa pergunta. Os que determinam a inferioridade das mulheres, que subestimam o trabalho manual são figuras traiçoeiras. Zombam, debocham e ainda se exaltam como donos da segurança. Quebram corpos como quebram objetos inúteis.

As eleições sacodem pesadelos. Não julgue pelas aparências. O saber acadêmico tem seus pecados e suas justificativas. Há teorias que defendem o eurocentrismo. Criam antagonismos vis. A violência não é apenas produto da miséria. Não esqueça a exploração, as drogas, as bombas, o racismo. A contaminação atinge uma maioria que se envolve com egoísmos e despreza o outro. Desfila, como santidades messiânicas. O fascismo veste-se de fantasias que aterrorizam. Tornou-se uma prática política que fragiliza a convivência. Procura a exclusão. Impõe regras. Os machistas cantam suas proezas, porque se sentem senhores indomáveis. Destroem-se ao sepultar o afeto e balançar a discórdia. A história não para. Mora num porto que tem idas e vindas. Assusta e redime.

Histórias: A praça é do povo e moradia das carências

 

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Pode parecer estranho, mas nem tudo permanece com era antes.  Os ritmos se distanciam. São as famosas mudanças que inquietam e trazem expectativas. Fala-se que o movimento da história é progressivo. É a navegação no mar das mentiras. Conto porque vi. Tomei um susto, mesmo sabendo que não falta miséria na nossa pátria amada. Passava apressado por uma praça bela. Um lugar que provoca encanto. Durante o dia, recebe muitas pessoas, animais domésticos e serve de estacionamento de carros. Antes, era tranquila, hoje ponto de drogas e conversas suspeitas. Não perde, no entanto, o seu charme. Merece cuidado. A história a pune de forma arbitrária.

Seguia. Era noite e observei os bancos da praça. Fiquei surpreso. Estavam todos ocupados. As pessoas dormiam ou tentavam se conciliar com a escassez de sonhos. O sombrio prevalecia, as lâmpadas vacilavam. Na nudez das lacunas sociais, tudo ganha outro sentido. Haja criatividade. Criam-se moradias. Improvisa-se. Não há como fugir de tantos desamparos, apesar das promessas dos políticos. A cidade é também moradia de ruínas, mostra que há desmantelos e cidadania cheia de buracos. O cinismo engorda, nem ousa fazer dietas. Escute as dissonância, não fique mudo.

Lamenta-se a irresponsabilidade dos governantes. Não basta a praça. o quadro é assustador. Não vou além. Lembro-me que brincava com minhas meninas  mais velhas, sem problemas e aproveitando a vegetação. Burle Max tremeria com o desprezo que existe. O que era lugar para esticar as pernas, dialogar, soltar fofocas, virou um laboratório de melancolias. Sigo apressado. Não tenho medo.Sei que a barra pesa e não há como estabelecer equilíbrio numa desordem que favorece privilégios. Não é incomum.As minorias curtem suas acumulações e a maioria busca sobreviver. Até quando?

A cidade  forma um cartografia de desajustes. Assombra quem se recolhe em casa, para meditar sobre os desencontros da vida. Guarda-se. Cada dia uma violência, um descaso, um sofrimento, um risco na utopia. A sociedade estraga-se, porque o capitalismo quer se revitalizar. Passa por desafios. Sobram máscaras. Há quem arquitete revoluções fantasiosas, quem intensifique o comércio de armas, quem se vista de generosidade. As multidões andam nas ruas como zumbis. O ônibus demora, as escolas têm grades, a polícia pede aumento, os médicos entram  em greve. A praça é do povo ou o povo é da praça? Na esquina uma farmácia concentra luzes.

Você conhece Hitler?

 

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A história possui um movimento que desafia. Há contradições, lamentos, dissidências. Mas somos sujeitos da história. Há quem fuja, se diga neutro e busque navegar em riqueza individualista. Não podemos querer uniformidades. Existem escolhas. O importante é não perder as memórias das violências que retornam e ameaçam o cotidiano. Viver o aqui e agora é fundamental. No entanto, os tempos dialogam. Ficar isolado cria estranhezas. Portanto, a cultura é construída com aventuras. As complexidades pedem envolvimento e não, ausências. A política é responsabilidade e não, apatia. Não adianta usar máscaras e cantar orações.

Os momentos políticos inquietam, quando sacodem questões inesperadas. Estamos abraçados pelos extremos. As eleições se aproximam e a perplexidade aumenta. Hoje, as pesquisa balançam corações. Soltam-se denúncias e os ressentimentos voam. Ninguém sabe como caminharemos depois de tanta tempestade. A política possui ninho de surpresas. Analise o passado. Napoleão tornou-se imperador, Vargas era um ídolo autoritário. Fidel conseguiu derrotar Batista. Porém, não deixem de lado a figura de Hitler.

Foi escolhido para salvar a Alemanha das depressões quase absolutas. Surgiu do nada, com dizem alguns. Tinha muitas pretensões. Não era tolo. Pensava, tinha uma assessoria atuante. Imperialista e cheio de argumentos, convenceu muita gente. Admirava Paris, gostava de arte, proclamava o valor da ciência. Provocou entusiasmos. Era militarista, não poupou os países invadidos. Causou estragos impressionantes. Não estava só. Dialogou com Mussolini, com Stalin, espalhou ideias pelo mundo. Quem não se lembra dos integralistas? Nada de muito simples em sociedades desencontradas pelas misérias.

Na história, nem tudo vai para a lata do lixo. Houve genocídios. Hitler não ficou nas especulações. Como as permanências existem e incomodam! Há grupos de neonazistas retomando seus gritos e ódios. No Brasil, há quem siga as trilhas preconceituosas e reclame contra o excesso de paz. Prometem vinganças. Nem conhecem direito como o nazismo desfez culturas e cortou sonhos. O perigo é o apoio coletivo, a massificação, a mídia vacilante, a falta de reflexão. É preciso se olhar no espelho do tempo. Somos frágeis e desiguais numa sociedade repleta de ambiguidades. Quem se omite se entrega a uma covardia feroz.

O descaso com a história

 

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Há um certo desprezo pelo história. Sente-se uma preguiça , um desconforto em falar de suas próprias histórias. Os meios de comunicação gostam de escândalos e denúncias. Não aprofundam. Promovem viagens curtas que não dialogam com a memória. É preciso criar contrapontos. Quando se deixa o passado de lado e vive-se o agora com muito entusiasmo, existe algo de torto no mundo. O imediato não deve ser sacralizado. Apagar as tradições é um erro. Elas merecem debates e conexões com os acontecimentos recentes.

Portanto, a história pede reflexão. Não é uma acumulação de fatos. Quem não a conhece, corre o risco de cair num abismo escuro e ficar fora das compreensões que ajudam a mudar o mundo. O excesso de tecnologia encanta, fermenta o consumo. Não seria importante saber a razão de tantos louvores aos celulares, computadores, carros? Seguir a trilha construída traz esclarecimento, modifica a sensibilidade, descongela teorias. O historiador desconfia, busca confrontos entre as fontes, socializa caminhos, aumenta a capacidade de visualizar o múltiplo.

Quando se esconde alguma coisa, a política se tensiona. A história não é neutra. As relações poder atuam, articulam controvérsias. Não é necessário ser  acadêmico para contar a história. Assista ao filme de Tim Burton, Peixe Grande,  e observe as fantasias, os sonhos, os movimentos dos afetos. Tudo isso é história. Não fique paralisado. Inútil é a apatia, a falta de motivação, a escolha por um pessimismo avassalador. Nunca teremos um paraíso. Evitar certos descontroles é possível. Nascemos incompletos, porém inventamos a cultura e a rebeldia.

Apagar a história é uma tragédia. Há exemplos práticos na imprensa, nas universidades, nos confrontos familiares. A história nos acompanha. Somos seres que desejam, que se enganam, que perdem a lucidez, contudo cada ato tem sua forma de se apresentar. Ninguém escapa das diferenças. Não aposte numa melancolia sem saída. Quem conta sua história inquieta os outros, assombra quem se nega a esticar suas aspirações.Afastar-se de si mesmo é uma renúncia perigosa.

Não se assuste com a Globo

 

 

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As informações correm o mundo com novidades e pânicos. Estamos longe de viver uma globalização democrática. A luta é por mercados lucrativos. Sem mídia esclarecedora, oportunismos e enganações prevalecem. A hegemonia política precisa de discursos e imagens poderosas. Ela transforma opiniões, quer massificar com charme, escondendo violências e triturando as críticas. A Globo se esquematiza de forma avassaladora. Possui especialistas. Constrói agressividades. Aproveita-se da superficialidade de muitos para vender seu produto. Esnoba.

Consegue sucesso. Governa.  Seus admiradores vibram com Faustão, novelas, artistas pré-fabricados. Para alguns, ela é o símbolo do mal. Nada é absoluto. Nem todos na Globo são frutos de sacanagens tecnológicas. Há sobrevivências, lutas internas, armadilhas. A Globo não perde tempo. Recebe pauladas, faz alianças, protege ideias conservadoras e apresenta imagens deslumbrantes. Não foge das conversas. Quer vitrine e sabe organizá-las. Não perde de vista as estratégias da servidão voluntária. Curte os índices de audiência.

O espetáculo é centralizado no poder. Não interessa a crueldade e a manipulação. Traz bombas para as cabeças tontas e alienadas. Não é inocente. Atravessa oceanos, provoca invejas, grita pelos famintos, polemiza. A confusão é seu mérito. Dizem que tem dívidas imensas, mas se sustenta. Balança o esqueleto de Temer, elogia a privatização, conta fofocas disfarçadas. Não podemos negar que sua travessia é rica em semear golpes. Gosta de modas e comportamentos bestializados. Seus comentaristas políticos não conhecem história. São histéricos e pragmáticos.

Resta denunciar. Não entrar na onda das cores, das meninas e dos meninos enfeitiçados para gerar publicidades nada saudáveis. Não abandone a reflexão. O Jornal  Nacional narra um presente que ajuda as minorias. Não se assuste com as mentiras ou as verdades cheias de gráficos. Tudo significa relação de poder, num mundo que se anuncia caotizado, porém cínico. Numa sociedade competitiva, não espere generosidades. Há astúcias bem elaboradas. A grana seduz, desfaz confianças, coloca impasses para quem busca a solidariedade. Não se despreze. Os limites não desparecerão. Talvez, a Globo  decrete o fim das utopias, para se salvar dos ataques.

A história move ideias: as mulheres na inquietação

 

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Fala-se de tudo. Contam-se muitas histórias. Os homens aparecem promotores de grandes movimentos. Eles parecem ter o domínio da história. Aliás, deus é um substantivo masculino. Não é à toa. As mudanças, geralmente, querem trazer certas rupturas. A palavra revolução ganha espaço na modernidade. Um conceito que inquietou, trouxe salvacionismos, não deixou de sacudir utopias. Mas os tempos passam, a cultura se reinventa. Reforçam-se necessidades de pensar comportamentos, diluir machismos, respirar outros perfumes.

As lutas se multiplicam. Não bastam armas. É preciso afeto, discutir mesmices, duvidar de soberanias. Complexidades surgem de forma diferente do século XIX. A cidadania se amplia, a sexualidade coloca questões, Marcuse retoma Eros,Simone quebra verdades tradicionais. Isso sacode o mundo. As mulheres não desistem de agitar a política. Vivemos um período em que arriscar é fundamental. Descentralizar as ordens sociais, criar possibilidades de diálogos, amassar discursos opressores.

Bolsonaro quer desfazer conquistas. Merece ser combatido. Ele destila vinganças, brinca com ameaças. As mulheres marcam posição, denunciam. Mais um movimento que reúne pessoas para transcender o lugar comum das políticas. As contaminações são grandes, porém a clareza não deve fugir de tudo. O simbolismo do protesto fere os apáticos e conformados. Se há um sonho, não se deve punir quem sonha. A vida pede sensibilidade e não apenas gritos de partidos ou lideranças messiânicas.

Portanto, vamos adiante, sem desconsiderar a memória, atiçando desejos. A mudez pode punir quem se afasta do inconformismo e adota práticas fascistas sem compreender os danos que causam. As curvas da história são perigosas. Adotar a linearidade é não sentir os abalos. Não há rupturas velozes. Os ritmos dançam conformes os interesses e a sociedade capitalista é cruel. Olhe o passado. Imagine. Busque entender as diferenças. Não despreze quem critica e fortalece a socialização. Não apague sua imagem no espelho.

Os diálogos do tempo: o imprevisível

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Todos buscam dominar as correrias do tempo. É uma ousadia. Ele, também, vive lentidões, brinca com a inquietude. Há minutos quase intransponíveis. O tempo traz um fluxo de imaginação incrível, A sua marca está presente nos corpos, nos objetos, na natureza. Contam-se os dias. os segundos, os séculos. Mas as dúvidas continuam. A história não pode dispensar o calendário. Ele existe nas culturas com significados múltiplos. O antigo e o moderno se entrelaçam nas discussões teóricas. São símbolos inesgotáveis de um imaginário sem limites.

O imprevisível não se vai. Há momentos em que o barco não afunda, nem se estraga. Ficamos olhando as ondas do mar, as tempestades que anunciam. Não há como traçar uma linha reta, uma profecia. Os deuses lutavam para aprisionar o tempo. A eternidade se veste de inúmeras fantasias. Está nos mitos gregos, na onipotência do deus cristão. As tecnologias desafiam e prometem vencer o desafio da morte. É uma conversa que sacode os grandes laboratórios científicos, desfaz verdades, cria expectativas.

E a subjetividade devastada pelas ansiedades? O tempo das emoções, do medo, dos desamores não pode ter a medida das conquistas econômicas e da produção de mercadorias. Portanto, a mistura nos provoca. Não é só uma polêmicas de números e fórmulas. Tudo muda repentinamente. As surpresas invadem instantes que parecia definidos. É um equívoco se falar num tempo homogêneo. Ele quebra e se quebra, destrói e procura não se esquivar das ruínas. A memória não o joga fora, depende das suas aventuras.

No livro Cem anos de solidão, Gabriel descreveu situações de tempos mágicos. Observe como cada um traçava seus encontros, compreendia suas dores, não conseguia ultrapassa seus limites. Na agitação contemporânea, o tempo dialoga com os ruídos urbanos. Eles se ligam em velocidades antes incomuns. Olhamos o passado, revemos o possível, mas o incômodo do acaso não é uma fantasia. O tempo fragmentado desenha uma multidão de acontecimentos que nos deixa perdidos. As singularidades dos tempos pertencem a um espanto sem nome.